Ao contrário do cromatismo, o clamor que saiu das gargantas de dezenas de milhares de moçambicanos era bem definido: Venâncio! Venâncio! Este país é nosso! Salva Moçambique! Foi assim no Chibuto, na Macia/Bilene e no Xai-Xai, a capital da província.
Há dias, Venâncio Mondlane (conhecido pela sigla VM7, o sete é uma alusão ao CR7), o candidato derrotado nas últimas eleições presidenciais de Outubro em Moçambique mas que reclama vitória, deitou por terra uma das verdades que os moçambicanos tinham como absoluta, inabalável.
A província de Gaza, situada imediatamente a norte da de Maputo, berço de praticamente todos os líderes da Frelimo – Eduardo Mondlane, Samora Machel, Joaquim Chissano, Armando Guebuza (este último só não nasceu porque o pai era um enfermeiro andarilho) – o partido no poder desde a independência, em 1975, vestiu a roupa do avesso e o habitual vermelho da Frelimo deu lugar e um colorido anarquista, sem uma cor definida.
Ao contrário do cromatismo, o clamor que saiu das gargantas de dezenas de milhares de moçambicanos era bem definido: Venâncio! Venâncio! Este país é nosso! Salva Moçambique! Foi assim no Chibuto, na Macia/Bilene e no Xai-Xai, a capital da província.
O frelimistão, como foi durante anos designada a Gaza moçambicana, onde a Renamo, que até às últimas eleições foi sempre o maior partido da oposição, nunca conseguiu obter, nem nos melhores tempos do líder Afonso Dlakhama, mais do que 5% dos votos nos pleitos eleitorais, rendeu-se ao carisma, ao fascínio e, porque não dizê-lo, ao feitiço de VM7.
Efectivamente, tal como Mário Soares, em Junho de 1975, teve a ousadia de escolher a Fonte Luminosa para palco do comício da chamada ‘maioria silenciosa’ anti-comunista ao invés do recomendado Pavilhão dos Desportos, VM7 teve o desplante de se deslocar ao terreno mais adverso que podia existir: o coração da província de Gaza.
VM7 foi mais longe do que o Benfica quando, em Portugal, joga fora de casa. É que Gaza está para o VM7 como estádio do Porto e do Sporting estão para as águias. Agora imaginem o Benfica a ter a esmagadora maioria da assistência no Dragão ou em Alvalade! Foi assim em Gaza a semana passada.
Ficaram por ali hora e meia a duas horas, comendo e bebendo, até os algemarem, encapuzarem e levarem de novo para as celas e a rotina dos interrogatórios e torturas.
Já muito se refletiu sobre a falta de incentivos para “os bons” irem para a política: as horas são longas, a responsabilidade é imensa, o escrutínio é severo e a remuneração está longe de compensar as dores de cabeça. O cenário é bem mais apelativo para os populistas e para os oportunistas, como está à vista de toda a gente.
Com a velocidade a que os acontecimentos se sucedem, a UE não pode continuar a adiar escolhas difíceis sobre o seu futuro. A hora dos pró-europeus é agora: ainda estão em maioria e 74% da população europeia acredita que a adesão dos seus países à UE os beneficiou.
A desinformação não é apenas um fenómeno “externo”: a nossa própria memória também é vulnerável, sujeita a distorções, esquecimentos, invenções de detalhes e reconstruções do passado.
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Ficaram por ali hora e meia a duas horas, comendo e bebendo, até os algemarem, encapuzarem e levarem de novo para as celas e a rotina dos interrogatórios e torturas.
Já muito se refletiu sobre a falta de incentivos para “os bons” irem para a política: as horas são longas, a responsabilidade é imensa, o escrutínio é severo e a remuneração está longe de compensar as dores de cabeça. O cenário é bem mais apelativo para os populistas e para os oportunistas, como está à vista de toda a gente.
Com a velocidade a que os acontecimentos se sucedem, a UE não pode continuar a adiar escolhas difíceis sobre o seu futuro. A hora dos pró-europeus é agora: ainda estão em maioria e 74% da população europeia acredita que a adesão dos seus países à UE os beneficiou.