O Orçamento do Estado para 2015 é um documento que espelha bem o retrato do Governo liderado por Pedro Passos Coelho e Paulo Portas. Se por um lado persiste na austeridade, mantendo quase todas as medidas que têm desesperado os portugueses no últimos anos, por outro cultiva as ilusões eleitoralistas habituais, através de ténues sinais de que o fim do aperto já está em curso. Mas a marca mais relevante deste Orçamento é a confirmação de que o actual Governo e a troika, que conduziu Portugal durante meses e meses, falharam no combate à despesa pública: se há quatro anos as despesas correntes eram 44,6%, hoje, depois de todos os sacrifícios, continuam a ser de 44,6%. A despesa total mantém-se igualmente quase inalterada.