Sábado – Pense por si

Ricardo Adolfo
Ricardo Adolfo
19 de dezembro de 2015 às 08:00

Alarmar tarde demais

Quando a minha mulher accionou o alarme do “Vou deixar de ser uma mulher poderosa para passar a ser uma mãe perfeita”, o aviso não foi feito com meses, dias, segundos de antecedência. Foi de imediato

Cresci a acreditar que quando soa um alarme, uma pessoa ainda tem tempo para se fazer à vida e evitar passar a noite na esquadra. Bastava um grito seco vindo do fundo da rua para dispersarmos em passo acelerado, cada um para seu lado. A guarda já sabia e em vez de tentar puxar pelos pulmões do UMM deixava-se ir. Os taratas enviados pelo sargento de serviço queriam muito voltar para o posto sem mazelas, nem gandulos no banco de trás que só lhes iriam fazer perder horas de vida a preencher formulários eternos. Eles, que mal sabiam escrever à mão, cada vez que se cruzavam com potencial granel olhavam uns para os outros, confirmavam que nessa noite nenhum dos chibos do sargento estava por perto e voltavam ao posto com o relatório preferido. Nada a relatar.

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