Sábado – Pense por si

Pedro Marta Santos
Pedro Marta Santos
12 de setembro de 2021 às 10:00

Um tripeiro no Terreiro do Paço

Quando há 27 anos parti para Lisboa, o Porto ainda era uma aldeia grande com demasiados macaquinhos no sótão. Mas a cidade renovou as fachadas, temperou os preconceitos e refrescou a mente. Hoje, a qualidade de vida portuense é, em quase todos os parâmetros, superior à de Lisboa.

UMA EMPADA DE GALINHA, um sumo de laranja natural, uma torrada, uma delícia de chocolate, um tamar, um palmier coberto, quatro croissants, uma regueifa e um saco de biscoitos. Conta: 12 euros. Não é um sonho de uma tarde de Verão – ou um certificado de inimputabilidade por excesso de açúcar no sangue. É o que paguei há dias, durante uma visita ao Porto por motivos familiares, numa das melhores pastelarias da cidade (as confeitarias são para os mouros e os camones). Em Lisboa, onde resido desde que deixei a Invicta em 1994, pagaria um contentor de euros do tamanho da torre de controlo do tráfego marítimo de Belém/Algés por 1/5 da qualidade da matéria-prima, confeção e sabor. Poderá ser um detalhe nas diferenças entre o colosso do Norte e a megalópole do Sul. Mas o diabo está nos detalhes, e Deus também: há lá maior prova da existência divina do que uma francesinha?

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