Na Itália de 2018, um grupo de poderosos patetas dado ao antieuropeísmo ou à xenofobia - incluindo um antigo steward do estádio do Nápoles, filho de assumido neofascista - acaba de formar governo ao fim de três meses de trapalhadas
Há 2.400 anos, Aristóteles, um grande europeu, defendia a eudaimonia, a prosperidade do humano, uma busca da felicidade não como demanda hedonista, mas como desígnio colectivo do potencial de cada indivíduo. Optimista peripatético - de "ensinar passeando" -, foi o inventor da ética, a palavra com que certos políticos mais enchem a boca própria e mais esvaziam os bolsos alheios. Publicado nos EUA há poucas semanas, Tyrant: Shakespeare on Power, de Stephen Greenblatt, professor de Harvard e vencedor de um Pulitzer, aborda a vilania segundo as obras do bardo britânico. De acordo com a The Times Literary Supplement, Greenblatt explica que, contrariando um arco comum na ficção clássica, não há nada de redentor na personalidade e no percurso de personagens como Ricardo III, Macbeth ou o Jack Cade de Henrique IV. Eles são meros espelhos da tirania da realidade. O narcisismo de Macbeth, o absolutismo de Próspero, a necessidade de ser amado do Rei Lear ou a sociopatia de todos eles reproduz as condições verídicas para que qualquer governante demagogo e populista emerja: ansiedade das massas; apoio oligárquico; negligência dos protectores das constituições nacionais ( sistema judicial, mecanismos reguladores, imprensa livre).
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Brigitte e Emmanuel nada têm a ganhar com este processo que empestará ainda mais a atmosfera tóxica que rodeia o presidente, condenado às agruras políticas de um deplorável fim de mandato
Esta ignorância velha e arrastada é o estado a que chegámos, mas agora encontrou um escape. É preciso que a concorrência comece a saber mais qualquer coisa, ou acabamos todos cidadãos perdidos num qualquer festival de hambúrgueres