Sábado – Pense por si

Pedro Marta Santos
Pedro Marta Santos
09 de outubro de 2018 às 09:00

A lanterna mágica

Solitário nesse país inóspito e cheio de monstros que é a passagem da adolescência para a idade adulta, tive nos textos de Bénard da Costa uma lanterna por vale imerso na escuridão. Bénard guiou duas gerações de cine-filhos ("cinefilia" é coisa de mortos, e no cinema vive-se mais do que na vida)

Entre as pessoas que nunca conheci, João Bénard da Costa é a mais importante da minha vida. Sou amigo de muitos que privaram com ele. Escrevemos durante anos no mesmo jornal (O Independente). E, entre os 15 e os 23 anos, viajei sozinho ou com amigos do Porto até Lisboa apenas para assistir a um par de sessões na Cinemateca que me obcecavam. Mas jamais tive a sorte de o encontrar. Um dos seus mais célebres livros de crónicas,Muito Lá de Casa, resumia no título não só o laço intimista com que o autor nos envolvia a ânsia de narrativa e o desejo de imagens como o papel íntimo da prosa/vida de Bénard na vida prosaica dos leitores.

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