A interessante e interessada apatia face aos offshores
Quando [como no Brasil] um país se rasga, em ambiente de guerra civil, é muito difícil evitar que as coisas piorem muito antes de, espera-se, melhorarem
Não me espanta ver que, com o tempo, e à medida que os próprios mecanismos do jornalismo – que vive da novidade e que esgota ele próprio rapidamente a novidade, e que não consegue, nem quer, manter o critério da relevância – vão esmorecendo, o "interesse" pelas revelações dos Panama Papers desaparece e vai ficando tudo na mesma. Nas duas últimas semanas vários distintos advogados foram a todos os canais, RTP, SIC, TVI, explicar que osoffshores, não sendo uma coisa excelente (esta argumentação ad terroremfica para os autores de blogues "liberais"), são de uma pura legalidade. Já comparei este tipo de argumento com o dos defensores das armas nos EUA: "Não são as armas que matam as pessoas, são as pessoas que matam as pessoas." Aqui é "não são os offshores que levam à fraude fiscal, à evasão fiscal, à lavagem de dinheiro criminoso, da droga, dos subornos, etc., são as pessoas que fazem tudo isso." O instrumento é impoluto, é "legal". Claro que há uma pergunta que tem ainda mais sentido com osoffshores do que com as armas: qual é a utilidade económica dos offshores? E depois outra pergunta: por que razão, havendo tantos meios "legais" de ter guardado o seu dinheiro, sólidos bancos, colchões, cofres na parede, os muito, muito ricos, têm uma espécie de predilecção intensa por esta forma de "legalidade" que são osoffshores? É que o mundo dos "mercados" e de muita política capturada por eles, não mobiliza milhares, nem milhões, mobiliza biliões e triliões. Isto é que é amor pela "legalidade"!
A interessante e interessada apatia face aos offshores
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Através da observação da sua linguagem corporal poderá identificar o tipo de liderança parental, recorrendo ao modelo educativo criado porMaccobye Martin.
Ficaram por ali hora e meia a duas horas, comendo e bebendo, até os algemarem, encapuzarem e levarem de novo para as celas e a rotina dos interrogatórios e torturas.
Já muito se refletiu sobre a falta de incentivos para “os bons” irem para a política: as horas são longas, a responsabilidade é imensa, o escrutínio é severo e a remuneração está longe de compensar as dores de cabeça. O cenário é bem mais apelativo para os populistas e para os oportunistas, como está à vista de toda a gente.