Sábado – Pense por si

Nuno Tiago Pinto
Nuno Tiago Pinto
15 de janeiro de 2020 às 16:54

As minhas cartas com um terrorista do Estado Islâmico

Há quase três anos escrevi uma carta a Abdesselam Tazi, o marroquino preso por terrorismo em Monsanto. Ele respondeu de volta - muitas vezes

Abdesselam Tazi era, fisicamente, o oposto do que normalmente se considera um homem perigoso. Com mais de sessenta anos, apresentava uma frágil figura que parecia arrastar-se com roupas demasiado largas para o seu corpo de cada vez que entrava na sala de um tribunal – a única oportunidade que tive de o ver ao vivo, embora várias vezes. Carregava sempre uma pasta castanha com documentos do processo e uns óculos de armação fina que colocava na ponta do nariz, mas a que só recorria para olhar para os papéis. De resto, olhava por cima deles para observar atentamente tudo o que se passava à sua volta. Estava por norma algemado nos pulsos e nas pernas, o que talvez não ajudasse a mostrar um andar confiante de um perigoso criminoso internacional, responsável pelo recrutamento de jovens muçulmanos para a jihad. 

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