Sábado – Pense por si

Nuno Costa Santos
Nuno Costa Santos
24 de março de 2014 às 14:16

Escritor manso não é escritor

O escritor, quando é autêntico, corre risco. De vida, sim

O escritor, quando é autêntico, corre risco. De vida, sim. Escrever com autencidade sobre uma terra e os seus habitantes, mesmo que maquilhados como personagens, não é apenas dizer "coisas bonitas" sobre a terra, para citar o poeta Artur Jorge. É também revelar matéria desagradável, sombras, ervas daninhas. Falar das contradições das pessoas e das sociedades, nomear gestos que não ficam bem na fotografia, ultrapassar a dimensão de postal. Quem só escreve o bonitinho - no romance, na poesia, no ensaio, na crónica, no aforismo - está a desrespeitar a literatura e aquilo que merece consagrar: o caos de existir. A capacidade que cada um tem de se superar num gesto e de se despenhar no gesto seguinte. De amar e de não cumprimentar o vizinho. Desde os gregos que é assim. A maior armadilha da arte acontece quando quer ser uma forma de dourar a pílula.

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