Se até aqui apenas os bolseiros de doutoramento e de pós-doutoramento dos centros de investigação é
que prestavam serviço docente não remunerado, agora é a própria direcção da FCSH que se prepara para alargar essa prática às disciplinas oferecidas pelos próprios departamentos
O trabalho gratuito continua a alastrar como uma mancha de óleo. Para terem uma ideia de como este tipo de exploração laboral se tornou endógeno e estrutural ao sistema, basta referir uns quantos exemplos, muitíssimo reveladores do que se passa: na produção do Estoril Open de 2018, a organização utilizou mais de 600 colaboradores eventuais que não receberam um cêntimo pelas funções desempenhadas (isto apesar de o Estoril Open contar com o apoio ou o patrocínio do Millennium BCP, Câmara Municipal de Cascais, Peugeot, Emirates, Rolex, Nespresso, PT Empresas, CTT, Turismo de Portugal, entre outros de uma longa lista de "parceiros de prestígio"); o Rock in Rio faz-se graças aos serviços de centenas de pessoas (cerca de 400) que trabalham gratuitamente, o mesmo acontecendo no IndieLisboa-Festival Internacional de Cinema, no Motel/X-Festival Internacional de Cinema de Terror de Lisboa, na ModaLisboa, na Web Summit, na Câmara Municipal de Lisboa (na programação cultural), em diversos museus estatais, nas redacções dos jornais e das revistas (onde abundam os estágios falsos ou não remunerados, e onde alguns cronistas, com o intuito de aparecerem e serem vistos, aceitam escrever de borla), em inúmeras companhias de teatro, etecetera, etecetera.
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Talvez não a 3.ª Guerra Mundial como a história nos conta, mas uma guerra diferente. Medo e destruição ainda existem, mas a mobilização total deu lugar a batalhas invisíveis: ciberataques, desinformação e controlo das redes.
Ricardo olhou para o desenho da filha. "Lara, não te sentes confusa por teres famílias diferentes?" "Não, pai. É como ter duas equipas de futebol favoritas. Posso gostar das duas."