Sábado – Pense por si

Nuno Tiago Pinto
Nuno Tiago Pinto
22 de fevereiro de 2023 às 20:00

Um ano a ajustar as previsões à realidade

Até agora, as previsões falharam. Nem a Rússia conseguiu uma vitória rápida e definitiva, nem o apoio militar a Kiev e as sanções económicas a Moscovo quebraram a determinação do Kremlin. No atual impasse, vão continuar a morrer pessoas às portas da Europa numa guerra que só faz sentido em algumas cabeças do Kremlin.

Se existe algo que a guerra na Ucrânia nos mostrou é que a realidade é pródiga em surpresas e que as previsões desdenham, muitas vezes, fatores simples capazes de dar um novo rumo aos acontecimentos – como as emoções. Há um ano, após o início daquilo a que Vladimir Putin classificou de Operação Militar Especial para libertar o povo ucraniano, a convicção generalizada era que o poder militar russo esmagaria rapidamente uma Ucrânia liderada por um Presidente que se tinha notabilizado por ser comediante. Mas a verdade é que esse "cómico" mostrou-se intransigente na defesa do povo ucraniano e da instituição que representa e com a simples recusa de "apanhar boleia" para fora de Kiev galvanizou uma nação para enfrentar um invasor que gozava de uma teórica superioridade militar. Os discursos diários e emocionais de Volodymyr Zelensky não só incentivaram um povo alvo de ataques atrozes – e que estão a ser investigados como crimes de guerra – como conseguiram agregar a comunidade internacional para a defesa de uma causa, provocando uma série de mudanças no panorama internacional que poucos poderiam ter previsto.

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