Uma pessoa que se rende à falta de curiosidade nunca vai saber o que está a perder. Deixa-se ficar deitada a apanhar pó por dentro, enquanto a vida lá fora avança em passos largos e fugidios. As respostas ficam cabisbaixas trancadas numa sala, a trocarem olhares entre elas, ansiosas por se virem mostrar como nunca antes as viram.
HÁ TANTO para descobrirmos, que chega a ser uma dor a certeza de que nunca vamos conseguir dar conta de tudo. O que não falta no mundo são coisas para nos entretermos a aprender; o que muitas vezes falta é a iniciativa e a disponibilidade para aceitar partir nessa expedição. Para isso são precisas várias ferramentas que – sorte a nossa – nos são oferecidas de graça, mas a mais importante delas todas é a curiosidade. A curiosidade é feita de uma matéria irrequieta, é um formigueiro que começa dentro da cabeça, e que se alastra por braços e pernas, até termos de nos levantar e fazer alguma coisa em relação a isso, não vá aquilo contaminar o corpo todo com dúvidas por resolver. Convoca em nós a interrogação, para que tudo seja visto e revisto até se chegar a lugares que antes pareciam não existir. Ser curioso é ser novo e inconformado, independentemente da idade que se tenha. É levantar o corpo do sofá e arriscar um caminho, ainda que não se saiba onde é que ele vai dar, ou se vai sequer dar a algum lado. As pessoas mais velhas que eu conheço são novas na idade, mas conformaram-se com o que já sabem; e o que ainda não sabem é porque julgam que já não faz falta. Por outro lado, as pessoas mais novas que eu conheço são pessoas que me ultrapassam em muito na idade, mas também no olhar curioso que têm sobre tudo o que ainda não conhecem. Estão munidas de uma força maior do que elas, que as empurra para a frente, mesmo que pelo caminho encontrem portões altos e pesados.
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Através da observação da sua linguagem corporal poderá identificar o tipo de liderança parental, recorrendo ao modelo educativo criado porMaccobye Martin.
Ficaram por ali hora e meia a duas horas, comendo e bebendo, até os algemarem, encapuzarem e levarem de novo para as celas e a rotina dos interrogatórios e torturas.
Já muito se refletiu sobre a falta de incentivos para “os bons” irem para a política: as horas são longas, a responsabilidade é imensa, o escrutínio é severo e a remuneração está longe de compensar as dores de cabeça. O cenário é bem mais apelativo para os populistas e para os oportunistas, como está à vista de toda a gente.