Sábado – Pense por si

Bruno Faria Lopes
Bruno Faria Lopes Jornalista
29 de julho de 2025 às 23:00

Israel, nós e “regra de Hama”

Uma das diferenças entre a brutalidade em Gaza e outras guerras é a nossa proximidade, tácita ou concreta, do lado que está a aplicar a “regra de Hama”.

QUANDO O JORNALISTA Thomas Friedman chegou à cidade síria de Hama em Maio de 1982 só encontrou silêncio e sangue seco nas ruas. Em choque, percorreu os bairros destruídos e os quarteirões terraplanados por buldózeres e cobertos por camadas de asfalto, sob o qual jaziam destroços de prédios e milhares de mortos. Dois meses antes, o regime de Hafez al-Assad esmagara ali uma rebelião e decidira fazer um exemplo da quarta maior cidade do seu país. Friedman, acabado de chegar ao Médio Oriente, aprendeu então o que chamou Hama Rule, ou a regra de Hama, basilar na política da região: “Comanda ou morre. Um homem triunfa, os outros choram. O resto é só comentário.”

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