Sábado – Pense por si

Alberto Gonçalves
Alberto Gonçalves
06 de dezembro de 2016 às 08:00

Na morte de um sedutor

Na televisão, vi gente aparentemente responsável rememorar a “ternura” e a “generosidade” de Fidel, dito“um sedutor”. Não sei se a pulsão erótica despertada por um barbudo com botas e farda desempenha um papel nisto

Morreu um ditador brutal que oprimiu o próprio povo. A frase pertence a Donald Trump e, no conteúdo e na dimensão, é o obituário perfeito de Fidel Castro. Infelizmente, é também um caso raro de acerto entre o festim internacional de elogios mais ou menos assumidos ao "líder histórico" e ao "revolucionário", as expressões que, nos momentos de contenção, muitos utilizaram para classificar um mero psicopata. É assustador que o sr. Trump tenha demonstrado a lucidez que faltou a quase todos os restantes? Talvez. Mas se nos quisermos aterrorizar de facto nem é preciso sair daqui: para um português com dois neurónios ou um pingo de vergonha, o entusiasmo que tantos indígenas exibiram pelo Carniceiro de Havana mostra, com trágica exactidão, o país onde vive e as pessoas que mandam nele.

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