Telefone Laranja para os Direitos Humanos
Tiago Pereira Psicólogo e membro da direção da Ordem dos Psicólogos Portugueses
10 de março de 2022

Telefone Laranja para os Direitos Humanos

Se assim é em Portugal, imaginemos, por um momento, o que acontece hoje na Ucrânia e com o povo ucraniano. Confrontados com uma guerra e com um cenário de total disrupção. Vidas interrompidas, relações coartadas, migração forçada. Trauma.

São muitas as pessoas que, quase 50 anos depois, se sentem inspiradas pelo discurso de Martin Luther King em Washington a 28 de Agosto de 1963. I have a dream [Eu tenho um sonho], confessou, perante cerca de 250.000 pessoas que em marcha exigiram consigo o fim da segregação racial, justiça social e liberdade. São muito menos as que, também quase 50 anos depois, se sentem inspiradas pela abertura da ligação directa entre os EUA e a URSS 48 horas depois. Esta linha directa, apelidada de "telefone vermelho", fora decidida no acordo de Genebra a 20 de Junho desse mesmo ano e terá sido fundamental na redução dos riscos de uma guerra (nuclear), prevenindo acidentes, confrontos, erros de cálculo e falhas de comunicação. Dois dias e dois acontecimentos muito distintos que mudaram o Mundo. Que o mudaram no sentido de mais Direitos Humanos. De maior possibilidade de autodeterminação, de equidade, de bem-estar.

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