O amor para a vida toda merece um lugar só para si
De que serve o amor se não se sonhar para a vida toda? Se não se alimentar para a vida toda? Mesmo quem assume a derrota de uma tentativa não tem o direito de matar nos outros, mas sobretudo em si, esse sonho da vida toda.
Descobri recentemente que há um bem-intencionado modo de conforto dos recém-divorciados que se traduz no discurso do hoje-já-nada-é-para-a-vida-toda. Segue-se a proclamação de que não há receitas, com namoros curtos ou longos, paixões à primeira vista, amizades, indiferenças ou até ódios que em amor se transformaram, cumplicidades evidentes ou guerras constantes: para todos se encontra uma história de separação que consolará quem se despediu de uma tentativa de levar o amor para a vida toda. E assim se relativizam as promessas, os sonhos, os projetos, como se o amor já não se pudesse eternizar. Mesmo os amores que duram duas vidas são desqualificados com um sabe-se-lá-o-que-para-lá-vai. Nunca se sabe, mas este ex-seminarista assistiu a dezenas de casamentos e talvez até tenha circulado com o livro de registo da Igreja recolhendo centenas de assinaturas, ano após ano, nesse quente e casadoiro agosto. Porém, o que mais impressionava o então jovem candidato a padre eram as bodas de ouro. Foram aquelas mãos trémulas, os olhos marejados, o beijo enrugado, dado muitas vezes com pudor, que o afastaram do cabeção, nessa fantasia de uma vida alada, com fotos de família em cada Natal onde veríamos uns envelhecer e outros crescer.
O amor para a vida toda merece um lugar só para si
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