Sábado – Pense por si

Pedro Duro
Pedro Duro
14 de março de 2018 às 16:10

Apertem-no bem

A morte prematura levou, primeiro, à evicção do dia do pai e, depois, à saudação dessa mãe-pai que resistiu.

A abertura de um caixão de metal para apresentar um corpo vindo de outro país que nos preparávamos para enterrar é memória que perdurará para sempre, ainda que, ao tempo, apenas tivesse quatro anos. Recordo a perícia com que se abriu a lata para exibir um rosto que, durante o ano seguinte, continuei a imaginar nas silhuetas de outros homens que se sentavam no autocarro ou no comboio, que passeavam do outro lado da rua. «Vai ali o pai, mamã». Ela lá continha as lágrimas perante a imaginação de quem demorou algum tempo a assimilar a despedida.

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“S” sentiu que aquele era o instante de glória que esperava. Subiu a uma carruagem, ergueu os braços em triunfo e, no segundo seguinte, o choque elétrico atravessou-lhe o corpo. Os camaradas de protesto, os mesmos que minutos antes gritavam palavras de ordem sobre solidariedade e justiça, recuaram. Uns fugiram, outros filmaram.