Todos julgamos, criticamos, avaliamos previamente com base no nosso próprio julgamento porque, na maior parte das vezes, julgar é apenas um reflexo da nossa imagem ao espelho, do medo, dos traumas e inseguranças que temos.
Se não estivesse já com a cabeça mergulhada nas férias ocorrer-me-ia dizer umas palavras sobre o crime ignóbil de Moscavide. Se não estivesse distante do que acontece no mundo poderia escrever sobre essa tendência tão humana de julgar. Se não estivesse neste limbo, se os tivesse no lugar e não receasse essa tendência, também tão humana, de criticar, já teria opinado sobre o tema, quem sabe no twitter, ou partilhando o rosto de Bruno Candé no instagram mas não o fiz principalmente porque aquilo que me ocorre, de imediato, é o julgamento do outro, nessa destilaria de ódio e frustração em que o twitter se vem transformando. Se estivesse (mais) atenta às notícias, provavelmente o meu olhar sobre e o tema seria outro porque aqueles que afirmam não existir racismo em Portugal não sabem do que falam. O racismo é um julgamento de valor que consideramos intrínseco à natureza humana quando, na verdade, é um comportamento social aprendido, fruto da socialização de que somos alvo. Creio que ninguém nasce achando que o outro é diferente e que isso é mau. As crianças conseguem observar a diferença, igorando-a de forma natural porque só começamos a verificar o julgamento e a crítica à medida que vão crescendo, socializadas e educadas em torno de um determinado conjunto de princípios e valores.
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Se os desafios enfrentados por muitos rapazes são reais e não devem ser ignorados, também é perigoso transformá-los numa narrativa de vitimização que ataca os progressos das mulheres na sociedade, para mais quando persistem indicadores de desigualdade entre sexos, com prejuízo para o feminino.
A grande mudança de paradigma na política portuguesa, a favor de contas públicas equilibradas, não acabou com maus hábitos recentes, como vemos este ano.
Ao ver os socialistas que apoiam a Flotilha "humanitária" para Gaza tive a estranha sensação de estar a ver a facção do PS que um dia montará um novo negócio, mais alinhado com a esquerda radical, deixando o PS “clássico” nas águas fétidas (para eles) do centrão.