"O trabalho que causa infelicidade, burnout e que assenta numa lógica de desigualdade, está ultrapassado e será cada vez mais difícil encontrar quem queira desempenhar funções em empresas dessas."
Talvez não seja uma revolução mas é, certamente, uma alteração quase silenciosa, das que não se anunciam e se vão concretizando, pouco a pouco, contra o sistema. Como os escritores, também eu me inspiro na realidade e nas pessoas, imagino as suas vidas e tento escrever sobre cada uma delas. Há dias, enquanto almoçava com uma nova amiga, trocávamos impressões sobre a história das nossas vidas. Escutava-a atentamente e interrompi quando afirmou que, apesar das concretizações e do aparente sucesso, aos 25 anos estava profundamente infeliz, com excesso de trabalho, uma "vida que não era vida". Colapsou.
Ao ver os socialistas que apoiam a Flotilha "humanitária" para Gaza tive a estranha sensação de estar a ver a facção do PS que um dia montará um novo negócio, mais alinhado com a esquerda radical, deixando o PS “clássico” nas águas fétidas (para eles) do centrão.
A grande mudança de paradigma na política portuguesa, a favor de contas públicas equilibradas, não acabou com maus hábitos recentes, como vemos este ano.
As declarações do ministro das migrações, Thanos Plevris – “Se o seu pedido for rejeitado, tem duas opções: ir para a cadeia ou voltar para o seu país… Não é bem-vindo” – condensam o seu programa, em linha com o pensamento de Donald Trump e de André Ventura.
Mesmo quando não há nada de novo a dizer, o que se faz é “encher” com vacuidades, encenações e repetições os noticiários. Muita coisa que é de enorme importância fica pelo caminho, ou é apenas enunciada quase por obrigação, como é o caso de muito noticiário internacional numa altura em que o “estado do mundo” é particularmente perigoso