Sábado – Pense por si

Paula Cordeiro
Paula Cordeiro Especialista em comunicação
26 de abril de 2022 às 20:00

É quando nos achamos livres que nos tornamos escravos

Pela minha parte, quando descobri que os criadores dos dispositivos e aplicações que mais usamos não as disponibilizam aos seus filhos, percebi que esse seria o caminho.

Acabei de ler um livro que poderia ser alarmante se não soubéssemos já, tudo o que nos diz: os ecrãs são os nossos piores inimigos. Fazemos por ignorar, subvertidos pela sedução das luzes que nos provocam bem-estar, a lógica de jogo que nos seduz ou a arquitectura que nos vicia. Tenho uma filha com 13 anos. Disse-me hoje que estes três dias pareceram mais "mais tempo". Sorri e senti uma pequena vitória porque consegui implementar uma forma de reduzir radicalmente o tempo dedicado aos ecrãs. O princípio é simples: companhia e exemplo. Nada do que possa aqui escrever pretende julgar. Quem sou eu para o fazer, se a minha filha, ainda antes de ir para a escola, brincava ao faz de conta fingindo ser alguém que trabalhava com um computador e participava em reuniões de lápis no ar, ou sentava os peluches em fila para lhes dar uma aula. Quando o vi pela primeira vez senti o tapete escapar-me por baixo dos pés, consciente de que pouco poderia fazer para o evitar. Os ecrãs são ubíquos e omnipresentes, é aprender a lidar. Para quem trabalha usando um computador e o faz em casa, é difícil dar o exemplo. 

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