Insustentável displicência
O Estado português falha. Os sucessivos governos do país, falham (ainda) mais, numa constante abstração e desnorte, alicerçados em estratégias de efeito superficial, improvisando sem planear.
No refúgio das cinzas de mais um verão ardente, a displicência continua a ser a palavra de ordem. As elites políticas representam-na sem qualquer pudor ou problema em assumir a falha deliberada de quem não quer saber, ou quer mas valores mais altos impõem-se. Pouco importa a preservação do país, numa tragédia repetida e, no entanto, sempre surpreendente.
O Estado português falha. Os sucessivos governos do país, falham (ainda) mais, numa constante abstração e desnorte, alicerçados em estratégias de efeito superficial, improvisando sem planear.
Limpeza das florestas? Profissionalização e profissionais para um sector crucial? Investimento numa estratégia e nas pessoas que garantem que a floresta é dos nossos maiores activos, não enquanto estratégia de terra queimada? E o activo que é o solo? Meios técnicos? Meios aéreos? Ajuda internacional? Displicência. Incompetência? Até negligência, numa cedência a interesses menos óbvios e que, se estivermos atentos, rapidamente vamos saber quais são.
Enquanto o país arde, a saúde pública morre aos poucos, sem meios e recursos, sufocada por filas e decisões políticas que preferem o espetáculo ao serviço. Selfies no Pontal? Servem a quem? Nem de paliativo para um sistema doente, reconstruído sempre em tempo de crise, nunca em tempo de prevenção.? Repartições públicas com mais filas do que pessoas para atender, portas fechadas e atendimentos disponíveis com tanta distância que nos esquecemos do assunto que íamos tratar. Mais do mesmo e até os estrangeiros não conseguem deixar de notar. Os impostos, elevados para uns e quase oferta para outros, aumentando a distância entre nacionalidades, descaracterizando um país cuja capital parece uma manta de retalhos, sem ligação entre a cultura original e as culturas que a passaram a caracterizar, onde estudantes procuram quarto sem saber se entraram na universidade. A habitação deixou de ser casa, tornou-se especulação, a servir interesses de fundos imobiliários, turismo e construtoras. Em várias zonas do litoral crescem empreendimentos. Para quem?
O país vai a banhos mas apanha uma grande banhada porque a reforma da nacionalidade, a migração, a amamentação são propostas que inflamam mas não resolvem nada. Comentários ardentes num país a arder. É a cultura da selfie, com supostas prioridades apenas para distracção, enquanto problemas estruturais, dos quais os incêndios fazem parte, continuam numa insustentável displicência.
Insustentável displicência
O Estado português falha. Os sucessivos governos do país, falham (ainda) mais, numa constante abstração e desnorte, alicerçados em estratégias de efeito superficial, improvisando sem planear.
Da nova insustentabilidade social
A ideia de que a IA pode tomar conta do mundo pode parecer cinematográfica mas é cada vez mais real. Contudo, a Apple divulgou um estudo no qual afirma que todos este modelos não pensam, apenas memorizam.
Da insustentável insustentabilidade
As desgraças e a miséria precisam ser comunicadas, mostradas. Mas não precisam ser escalpelizadas ou hiperbolizadas para, assim, serem ignoradas.
Tão insustentável que o mundo precisa de saber
O Deepseek, alternativa chinesa ao ChatGPT, usa código aberto e tem-se afirmado pela capacidade de se igualar à OpenAI. Ao que dizem, tem um custo inferior e consome menos recursos.
Tudo insustentável. Menos a esperança.
Há dias estive na apresentação de um novo produto que é, na verdade, um novo contexto, nascido da colaboração entre duas empresas focadas em fazer o bem e bem feito. Aconteceu: vesti vinho, por incrível que vos possa parecer.
Edições do Dia
Boas leituras!