Secções
Entrar
Marta Fonseca Ferreira Advogada
17.03.2025

A Mediadora

Num desenho, uma menina pequena estava no meio, com duas figuras adultas de costas voltadas uma para a outra. Noutro, a mesma menina aparecia dividida ao meio por uma linha vertical, metade dela numa casa, metade noutra. 

No Tribunal de Família e Menores de Faro, onde o sol do Algarve entrava generosamente pelas janelas altas, a Dr.ª Sofia Cardoso ajustava os documentos do próximo caso de mediação familiar. O relógio da sala marcava 9h45 — quinze minutos antes da sessão programada com os Pais Sousa, um caso de regulação do poder paternal que se arrastava há seis meses, repleto de acusações mútuas e uma filha de oito anos presa no meio da tempestade. 

O Tribunal de Família e Menores funcionava num edifício moderno na periferia de Faro, afastado da opulência arquitetónica dos tribunais históricos. Era um lugar funcional, com paredes em tons claros e cartazes infantis que tentavam, sem grande sucesso, conferir alguma leveza a um ambiente inevitavelmente tenso. Sofia, aos seus trinta e sete anos, era uma das mediadoras mais respeitadas da comarca, conhecida pela sua abordagem equilibrada e capacidade de encontrar pontos de acordo onde outros viam apenas hostilidade irreparável. 

"Doutora Sofia," a voz da assistente interrompeu os seus pensamentos, "o senhor Eduardo Sousa chegou." 

"Já? Ainda faltam quinze minutos," respondeu Sofia, surpreendida com a pontualidade invulgar. Na maioria das vezes, ambas as partes chegavam exatamente à hora marcada, como se adiantarem-se significasse algum tipo de derrota. 

"Disse que preferia esperar aqui dentro, se não se importasse. Trouxe alguns documentos que quer mostrar-lhe antes da sessão." 

Sofia hesitou. Era pouco ortodoxo encontrar-se com uma das partes antes da mediação conjunta, mas também era verdade que o sistema permitia essas consultas individuais, desde que mantidas em estrito equilíbrio. 

"Mande-o entrar," decidiu. "Mas, por favor, avise-me assim que a Dr.ª Rita Sousa chegar." 

Eduardo Sousa entrou na sala com passos cautelosos, como se pisasse terreno minado. Era um homem alto, de estrutura forte mas postura ligeiramente curvada, como alguém que carrega um peso invisível. Os seus olhos castanhos, emoldurados por olheiras pronunciadas, tinham uma expressão ao mesmo tempo determinada e vulnerável. 

"Bom dia, Dr.ª Sofia," cumprimentou, estendendo a mão. "Agradeço ter-me recebido mais cedo." 

"Bom dia, senhor Sousa," respondeu ela profissionalmente. "Compreendo que queira apresentar documentos, mas lembro que qualquer novo elemento deve ser partilhado com a sua ex-esposa e os respetivos advogados." 

Eduardo assentiu, retirando uma pasta da sua mala. "Não são novos elementos para o processo em si," explicou. "São os trabalhos da escola da Mariana. Achei que seria importante mostrar-lhe como ela está a processar tudo isto." 

Sofia franziu ligeiramente o sobrolho, mas aceitou os papéis. À medida que os folheava, sentiu um nó formar-se no estômago. Eram desenhos típicos de uma criança de oito anos — figuras de palitos, cores vivas, casas com chaminés fumegantes — mas o conteúdo era revelador. Num desenho, uma menina pequena estava no meio, com duas figuras adultas de costas voltadas uma para a outra. Noutro, a mesma menina aparecia dividida ao meio por uma linha vertical, metade dela numa casa, metade noutra. 

"A professora dela entrou em contacto comigo," continuou Eduardo, a voz ligeiramente embargada. "Disse que a Mariana tem estado mais introvertida, menos participativa nas aulas." 

Sofia analisou os desenhos com atenção profissional, mas não conseguiu evitar que uma onda de empatia a invadisse. Depois de dez anos a mediar conflitos familiares, ainda era difícil ver o impacto silencioso das disputas entre adultos nas crianças. 

"Senhor Sousa, compreendo a sua preocupação. Estes desenhos serão relevantes para a nossa discussão, mas preciso que os partilhe formalmente..." 

"Já enviei cópias para a advogada da Rita," interrompeu ele. "Não estou a tentar ganhar pontos, Doutora. Só quero que a minha filha deixe de sofrer." 

Havia uma sinceridade crua na sua voz que fez Sofia levantar os olhos dos documentos. Pela primeira vez, olhou verdadeiramente para o homem à sua frente. Não era o típico pai ressentido que via frequentemente na sua sala, determinado a usar a criança como arma contra a ex-esposa. Nem parecia ser o "pai ausente" que Rita Sousa descrevia nas sessões anteriores. 

"A Rita já viu estes desenhos?" perguntou Sofia. 

Eduardo passou a mão pelo cabelo, num gesto de evidente frustração. "Tentei mostrar-lhe, mas ela diz que estou a exagerar, que crianças sempre desenham coisas estranhas, que a Mariana está perfeitamente adaptada à situação." Hesitou antes de acrescentar: "A Rita é uma excelente mãe, Doutora. Nunca diria o contrário. Mas acho que está tão determinada a provar que consegue gerir tudo sozinha que não vê o que está a acontecer." 

Sofia assentiu, mantendo a expressão neutra que anos de profissão tinham aperfeiçoado. "Vamos discutir isto durante a sessão," garantiu. "Agradeço ter trazido esta informação." 

Quando Rita Sousa chegou, precisamente às 10h00, a dinâmica na sala mudou imediatamente. Advogada de sucesso, impecavelmente vestida num fato cinzento que irradiava autoridade, entrou com a confiança de quem estava habituada a controlar situações. 

"Dr.ª Sofia, bom dia," cumprimentou formalmente, antes de lançar um olhar frio na direção do ex-marido. "Vejo que o Eduardo já está aqui. Espero que não tenha estado a fazer alegações unilaterais." 

A tensão era palpável enquanto os três se sentavam à mesa redonda que Sofia preferia usar para as mediações — sem cabeceiras, sem hierarquias visíveis, apenas um espaço igual para todas as partes. 

"Antes de começarmos," iniciou Sofia, "gostaria de relembrar que o objetivo destas sessões é estabelecer um acordo que seja do melhor interesse da Mariana. Não estamos aqui para atribuir culpas ou reviver o passado, mas para construir um futuro funcional." 

As palavras eram as mesmas que usava em todas as primeiras sessões, uma introdução cuidadosamente construída para estabelecer o tom. Mas hoje, olhando para os desenhos da pequena Mariana espalhados discretamente à sua frente, sentia-as particularmente urgentes. 

A sessão progrediu como tantas outras: momentos de aparente progresso seguidos por recuos abruptos quando tópicos sensíveis surgiam. Rita insistia na sua proposta original — a guarda principal, com Eduardo a ter a filha em fins de semana alternados e uma noite durante a semana. 

"A Mariana precisa de estabilidade," argumentava Rita. "De rotinas consistentes. Na minha casa ela tem o seu quarto, os seus livros, a proximidade com a escola." 

"E na minha casa ela tem um pai que sente a falta dela todos os dias," contrapunha Eduardo. "Que quer participar ativamente na sua vida, não ser apenas uma visita quinzenal." 

Sofia observava a dinâmica com atenção, notando como Eduardo se tornava cada vez mais defensivo perante a confiança inabalável de Rita. Era uma dinâmica familiar — o mesmo desequilíbrio de poder que provavelmente tinha caracterizado o casamento continuava a moldar as interações após o divórcio. 

"Talvez pudéssemos falar sobre os desenhos da Mariana," sugeriu Sofia, introduzindo o tópico delicadamente. 

Rita suspirou, visivelmente irritada. "Já discuti isto com o Eduardo. São apenas desenhos. Todas as crianças de pais divorciados fazem coisas assim. A minha advogada diz que não têm qualquer relevância legal." 

"Não estamos num tribunal, Dr.ª Rita," lembrou Sofia suavemente. "Estamos num processo de mediação, onde o bem-estar emocional da Mariana é tão importante quanto os aspetos legais." 

Algo na forma como Sofia falou — talvez a firmeza por trás da suavidade — fez Rita hesitar. Por um momento, a fachada profissional vacilou, e Sofia vislumbrou a mãe preocupada por trás da advogada competente. 

"A Mariana disse alguma coisa?" perguntou Rita, dirigindo-se a Eduardo com menos hostilidade do que antes. "Quando está contigo, ela... ela fala sobre isto?" 

Foi um pequeno momento de humanidade partilhada, uma brecha na armadura de antagonismo, que Sofia reconheceu como uma oportunidade. 

"Sugiro que considere a proposta de guarda partilhada do Eduardo," interveio. "Não apenas do ponto de vista legal, mas pensando na mensagem que isso enviaria para a Mariana — que ambos os pais são igualmente importantes, que não tem de escolher lados." 

A sessão terminou sem acordo definitivo, mas com um pequeno avanço: Rita concordou em experimentar um esquema mais equilibrado durante o próximo mês, para ver como Mariana reagiria. 

Nas semanas seguintes, Sofia conduziu mais duas sessões com o casal. A dinâmica estava a melhorar gradualmente, com momentos de cooperação a surgir entre os desentendimentos. Foi após a terceira sessão, quando Rita já havia saído, que Eduardo pediu para falar com Sofia em particular. 

"Só queria agradecer," disse ele, com aquele mesmo olhar sincero que Sofia começava a conhecer bem demais. "Sei que está apenas a fazer o seu trabalho, mas a forma como abordou tudo isto... como conseguiu que a Rita realmente ouvisse..." 

"É para isso que serve a mediação," respondeu Sofia profissionalmente, embora sentisse um calor inexplicável a subir-lhe pelo pescoço. "Estou feliz por estarem a fazer progressos." 

"Ainda assim," insistiu ele, "queria agradecer-lhe adequadamente. Talvez um café, depois do trabalho?" 

Sofia sentiu o alarme ético disparar na sua mente. "Sr. Sousa, enquanto mediadora do seu caso, não seria apropriado..." 

"Eduardo," corrigiu ele, sorrindo. "E compreendo perfeitamente. Foi apenas um impulso." Fez uma pausa antes de acrescentar: "Talvez quando isto estiver tudo resolvido." 

Sofia não respondeu, mas sentiu algo mudar naquele momento — uma linha profissional cuidadosamente mantida começava a desfocar-se. 

Nas semanas seguintes, as sessões de mediação continuaram, com progressos constantes. Mariana passou a ficar uma semana com cada progenitor, e, para surpresa de Rita, a adaptação foi mais suave do que ela esperava. A professora reportou melhorias no comportamento da menina, e novos desenhos começaram a aparecer — desta vez, com as figuras dos pais mais próximas, por vezes até de mãos dadas com a pequena figura no meio. 

Sofia mantinha a sua postura profissional, mas não conseguia evitar notar pequenos detalhes sobre Eduardo: a forma como ele sempre chegava preparado com notas sobre as atividades da filha, como ouvia atentamente mesmo quando discordava, como o seu olhar se iluminava quando falava dos progressos de Mariana. 

Foi durante a última sessão programada, quando o acordo final estava prestes a ser assinado, que o inevitável aconteceu. Rita, satisfeita com os termos negociados, saiu mais cedo para atender um cliente. Eduardo ficou para trás, finalizando alguns detalhes do documento. 

"Parece que conseguimos," comentou Sofia, com a satisfação profissional de um caso bem-sucedido. 

"Graças a si," respondeu ele. "A Mariana parece outra criança agora. Mais feliz, mais segura." 

"O mérito é dos pais," insistiu Sofia. "Vocês dois colocaram o bem-estar dela acima dos vossos conflitos." 

Eduardo hesitou, olhando para os papéis assinados. "Isto significa que o seu trabalho connosco acabou oficialmente, certo?" 

Sofia assentiu, sentindo um estranho vazio que não costumava acompanhar o encerramento dos seus casos. "Sim, o acordo será homologado pelo tribunal, e a menos que surjam novos desafios..." 

"Então," interrompeu ele suavemente, "agora posso convidá-la para aquele café sem violar nenhuma ética profissional?" 

Sofia deveria ter recusado. Sabia que, mesmo com o caso encerrado, envolver-se com um ex-cliente, especialmente num caso de família, caminhava numa linha ética perigosamente fina. Mas algo nos últimos seis meses — talvez a forma como vira Eduardo lutar incansavelmente pela filha, talvez a evolução que testemunhara nele como pai — tinha criado uma conexão que não conseguia negar. 

"Um café," ouviu-se a dizer, para sua própria surpresa. "Apenas um café." 

O café transformou-se em jantar na semana seguinte. E depois, gradualmente, em algo mais. Sofia manteve a situação em estrito sigilo, consciente das implicações profissionais. No Tribunal, era a mesma mediadora competente e imparcial de sempre. Mas nas suas horas livres, descobria um Eduardo muito diferente do homem tenso que conhecera nas sessões de mediação — um professor de história apaixonado por arqueologia, um pai dedicado que construíra um telescópio caseiro para observar estrelas com a filha, um homem que carregava as cicatrizes de um casamento falhado mas não permitia que definissem o seu futuro. 

Foi três meses depois, numa tarde de domingo no parque da cidade, que a realidade os alcançou. Sofia e Eduardo passeavam à beira da Ria Formosa, mantendo uma distância respeitosa em público, quando ouviram uma voz familiar: 

"Eduardo? Dr.ª Sofia?" 

Mariana corria na sua direção, com Rita seguindo alguns passos atrás, a expressão indisfarçavelmente surpresa. 

"O que estão a fazer aqui? Juntos?" perguntou a menina inocentemente, olhando de um para o outro com curiosidade. 

Sofia sentiu o estômago contrair-se. Em meses de relação discreta, nunca tinham discutido como lidariam com este momento inevitável. 

"A Dr.ª Sofia e eu somos amigos," respondeu Eduardo com uma calma que Sofia invejou. "Encontrámo-nos por acaso." 

Rita aproximou-se, o olhar calculista avaliando a situação. "Mariana, vai ver aqueles flamingos ali mais à frente, está bem? Eu já vou ter contigo." 

Quando a menina se afastou, Rita virou-se para os dois, cruzando os braços. "Há quanto tempo?" 

"Rita, isto não—" começou Eduardo. 

"Depois do caso ser encerrado," interrompeu Sofia, optando pela honestidade profissional. "Asseguro-lhe que durante todo o processo de mediação, mantive a imparcialidade completa." 

Rita estudou-a por um longo momento. "Sabe que poderia apresentar uma queixa à Ordem, certo? Questionar todos os acordos que fizemos?" 

Sofia sentiu o chão fugir-lhe dos pés. Anos de carreira exemplar, dezenas de famílias ajudadas, tudo em risco por causa de uma decisão pessoal. 

"Poderia," concordou Eduardo calmamente. "Mas isso beneficiaria a Mariana de alguma forma? Os acordos que fizemos não são bons para ela? Não estamos todos mais felizes agora, incluindo tu, Rita?" 

Algo na simplicidade da pergunta pareceu atingir Rita. Olhou para a filha, agora agachada à beira da água, observando as aves, e a sua expressão suavizou-se. 

"A Mariana tem feito novos desenhos," disse finalmente. "A nossa família... é diferente agora. Tem mais pessoas, casas diferentes. Mas ela já não se desenha dividida ao meio." Fez uma pausa significativa. "Não vou apresentar queixa alguma. O que vocês fazem com as vossas vidas é convosco. Desde que a Mariana continue a ser a prioridade." 

"Sempre," prometeu Eduardo. 

Quando Rita se afastou para juntar-se à filha, Sofia sentiu o peso das consequências potenciais daquela escolha pessoal. "Talvez devêssemos reavaliar isto," sugeriu hesitante. "O risco para a tua relação com a Mariana, para a minha carreira..." 

Eduardo virou-se para ela, com aquela mesma expressão determinada e vulnerável que a tinha impressionado desde o primeiro dia. 

"Sofia, passei os últimos anos numa relação onde ambos vivíamos segundo expectativas e aparências. Agora, finalmente, estou a aprender a viver autenticamente." Fez uma pausa, procurando as palavras certas. "Não vou mentir — vai ser complicado, vai exigir conversas difíceis, ajustes. Mas pela primeira vez em muito tempo, sinto que estou a fazer algo que é verdadeiramente bom para mim. E, pelo que sei de ti até agora, acho que também é bom para ti." 

Sofia olhou para Mariana e Rita à distância — o passado de Eduardo, uma parte permanente da sua vida. Depois olhou para o homem à sua frente — possivelmente o seu futuro, se tivesse coragem para aceitar as complexidades que viriam com ele. 

"Um passo de cada vez," decidiu finalmente. "Com toda a transparência possível." 

Dois anos depois, quando Sofia entrou numa pequena sala do Tribunal de Família e Menores de Faro para mediar um novo caso de regulação do poder paternal, encontrou um casal tenso sentado em lados opostos da mesa. 

"Bom dia," começou com a confiança de quem conhecia bem aquele caminho. "Sou a Dr.ª Sofia Cardoso, e serei a vossa mediadora. Antes de começarmos, gostaria de partilhar que sou casada com um homem que passou por um processo semelhante ao vosso. Isso dá-me uma perspetiva única, mas se preferirem outro mediador, compreenderei perfeitamente." 

O casal trocou olhares surpresos, mas depois a mulher falou: "Se já viveu isso de perto, talvez compreenda melhor o que estamos a passar." 

Sofia assentiu, colocando a sua aliança de casamento cuidadosamente sobre a mesa — um gesto de transparência que tinha adotado. 

"Então, vamos começar. Lembrem-se, o objetivo não é determinar quem tem razão ou quem está errado. É encontrar um caminho para uma nova forma de família que, embora diferente do que imaginaram, ainda pode ser um lugar de amor e segurança para os vossos filhos." 

E ali, na mesma sala onde uma vez tinha lutado para manter a linha entre o profissional e o pessoal, Sofia encontrara finalmente o equilíbrio: uma mediadora mais sábia, não apesar da sua experiência pessoal, mas por causa dela. 

Mais crónicas do autor
01 de setembro de 2025 às 07:00

O Espelho Partido

"Representa tudo o que não sei como dividir. As memórias, os rituais diários, as pequenas tradições. Posso dividir móveis e brinquedos, mas como divido os momentos em que penteava o cabelo da Ema todos os dias enquanto ela se olhava no espelho?"

25 de agosto de 2025 às 07:00

O Cachecol Vermelho

"O cachecol é uma herança de família," contrapôs a advogada de Beatriz. "Quando o casamento terminou, os objetos sentimentais da família Sousa deveriam ter regressado à família."

18 de agosto de 2025 às 07:00

A Chave Esquecida

A chave ainda funcionava perfeitamente. Entraram na cozinha onde tinham tomado milhares de pequenos-almoços, onde tinham discutido problemas dos filhos, onde tinham planeado férias que já pareciam de outras vidas.

11 de agosto de 2025 às 07:05

O Relógio de Parede

"Às vezes precisamos de lembrar que há diferentes formas de medir o tempo. Há o tempo dos adultos, cronometrado e urgente. E há o tempo das crianças, que se mede em sorrisos e abraços", explicou a juíza Dr.ª Isabel Moreira.

04 de agosto de 2025 às 07:00

A cadeira do juiz

O juiz ouviu com atenção, mas a cadeira traía-o: inclinava-se sempre ligeiramente para a direita, como se forçasse todas as decisões para um dos lados.

Mostrar mais crónicas
Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!