Sábado – Pense por si

Maria J. Paixão
Maria J. Paixão Investigadora
23 de fevereiro de 2025 às 10:04

A escola do futuro ou o futuro da escola (I)

Não deixa de ser curioso que, enquanto se discutem medidas de contenção do uso dos telemóveis nas escolas, se planeie a digitalização extensiva do ensino.

A Escola Pública é, porventura, a mais significativa conquista do Portugal democrático. É, certamente, uma das duas maiores conquistas de Abril, ao lado do Serviço Nacional de Saúde. Nos anos 70, a taxa de analfabetismo portuguesa era das maiores da Europa, estando ao nível das estimativas para outros países europeus no início do séc. XX. Em 1970, um em cada quatro portugueses era analfabeto (portanto, 25% da população não sabia ler nem escrever), subindo a taxa para acima dos 60% no caso das mulheres. E mesmo entre a população em idade escolar que frequentava a escola, em 1974, apenas 26% ia além do ensino primário e só cerca de 5% chegava ao ensino secundário. Todos estes números se tornam ainda mais aberrantes se comparados com os restantes países europeus, mesmo a vizinha Espanha, que também vivia ainda, à época, sob o punho de el caudillo Franco.

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