Sábado – Pense por si

Maria J. Paixão
Maria J. Paixão Investigadora
18 de fevereiro de 2024 às 10:00

A céu aberto (I)

A "teia do lítio" que começa a tornar-se visível é paradigmática da profunda crise que atravessamos enquanto sociedade e do modo como a própria emergência climática pode ser mobilizada para legitimar projetos destrutivos.

Desde a demissão do primeiro-ministro em novembro do ano passado, o país mergulhou num cenário de prólogo interminável: sente-se no ar a expetativa apreensiva típica dos momentos que antecedem algo. A crise política é só uma das dimensões da multiplicidade de crises que se sobrepõem e interlaçam. Entre a histeria dos debates televisivos e a sucessão estonteante de novas polémicas judiciais, perdemos o fio à meada. Esta semana, duas notícias que passaram largamente despercebidas recordam-nos que no princípio (ou no fim) estava uma teia de projetos megalómanos cujo produto último seria tornar Portugal a mina da Europa. A primeira informa-nos que a Comissão Europeia vai levar novamente Portugal ao Tribunal de Justiça da União Europeia por incumprimento da Diretiva Habitats. A segunda comunica que o Ministério Público se pronunciou pela ilegalidade da avaliação de impacte ambiental da mina de lítio do Barroso. As duas histórias estão intimamente ligadas entre si, bem como com a crise política que atravessamos.

Para continuar a ler
Já tem conta? Faça login

Assinatura Digital SÁBADO GRÁTIS
durante 2 anos, para jovens dos 15 aos 18 anos.

Saber Mais

As 10 lições de Zaluzhny (I)

O poder não se mede em tanques ou mísseis: mede-se em espírito. A reflexão, com a assinatura do general Zaluzhny, tem uma conclusão tremenda: se a paz falhar, apenas aqueles que aprendem rápido sobreviverão. Nós, europeus aliados da Ucrânia, temos de nos apressar: só com um novo plano de mobilidade militar conseguiríamos responder em tempo eficaz a um cenário de uma confrontação direta com a Rússia.