Sábado – Pense por si

Francisca Magalhães Barros
Francisca Magalhães Barros
16 de maio de 2019 às 12:32

Laras: As órfãs da justiça

Nada mais do que órfãs são as crianças vítimas de violência doméstica. Um país que promove a proteção dos animais como regra deixa as crianças e mulheres à sua sorte.

Nada mais do que órfãs são as crianças vítimas de violência doméstica. Um país que promove a proteção dos animais como regra deixa as crianças e mulheres à sua sorte. O que nos impõe a seguinte questão: O que representam as mulheres e crianças neste país? Não são permitidos (e muito bem) os abusos e os maus-tratos contra animais, mas é permitido que isso seja regra contra as crianças. Estas crianças, filhas de Portugal, nem estatuto de vítimas possuem, sem qualquer tipo de direito ou proteção que as impeça de serem mais um número para as estatísticas. Quantas pequenas Laras são necessárias sacrificar de forma tão brutal? É imperativo a criação de um projeto de lei que proteja todas as outras Laras, pois com esta o sistema falhou da forma mais brutal e absoluta. Lara devia ser o nome da lei que proíbe o contacto entre agressores condenados e os filhos destes. Lara devia ter sido apenas o nome de uma criança feliz e protegida pela justiça. E nunca isto. E quando não isto, todas as outras crianças são enfiadas num sistema que as força e obriga a conviver com estes agressores. É altura de honrar a Lara, por todas as crianças órfãs da justiça. É altura de deixar estas crianças vítimas de violência doméstica terem a paz que as suas mães não conseguem obter, também estas desprezadas por um sistema altamente viciado. A pequena Lara pede-nos então para olharmos para todas as outras. Esta violação tão brutal da convenção de Istambul tem de ser reportada, notada e mudada! São as mães e as Laras que nos gritam. Uma coisa vos garanto: acabou-se o silêncio! Por ti Lara, e por todas as outras!

Para continuar a ler
Já tem conta? Faça login

Assinatura Digital SÁBADO GRÁTIS
durante 2 anos, para jovens dos 15 aos 18 anos.

Saber Mais
No país emerso

Por que sou mandatária de Jorge Pinto

Já muito se refletiu sobre a falta de incentivos para “os bons” irem para a política: as horas são longas, a responsabilidade é imensa, o escrutínio é severo e a remuneração está longe de compensar as dores de cabeça. O cenário é bem mais apelativo para os populistas e para os oportunistas, como está à vista de toda a gente.

Visto de Bruxelas

Cinco para a meia-noite

Com a velocidade a que os acontecimentos se sucedem, a UE não pode continuar a adiar escolhas difíceis sobre o seu futuro. A hora dos pró-europeus é agora: ainda estão em maioria e 74% da população europeia acredita que a adesão dos seus países à UE os beneficiou.