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Tripulantes de cabine da Ryanair agendam greve para Março e Abril

15 de fevereiro de 2018 às 18:44

Em causa estão as "práticas empresariais que prejudicam gravemente" direitos dos trabalhadores. Segundo a moção aprovada na reunião magna a companhia aérea de baixo custo é acusada de não cumprir a legislação laboral portuguesa e de deterioração das condições de trabalho nos últimos anos.

Os tripulantes de cabine da Ryanair decidiram convocar até três dias de greve na última quinzena de Março e até três dias na primeira quinzena de Abril devido às "práticas empresariais que prejudicam gravemente" direitos dos trabalhadores.

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Foto: Denis Doyle/ Getty images
Foto: Getty Images
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Em assembleia-geral de emergência realizada hoje, em Lisboa, os tripulantes decidiram mandatar a direcção do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) para "convocar até três dias de greve a realizar na última quinzena do mês de março e até três dias a realizar na primeira quinzena do mês de Abril de 2018, caso não haja uma alteração imediata e substancial das práticas empresariais que prejudicam gravemente os direitos dos tripulantes de cabine".

Segundo a moção aprovada na reunião magna, a que a agência Lusa teve acesso, a companhia aérea de baixo custo é acusada de não cumprir a legislação laboral portuguesa e de deterioração das condições de trabalho nos últimos anos.

Como exemplos dessa deterioração, a monção indica "aumento do'bullying', processos disciplinares abusivos, condicionamento psicológico dos tripulantes, ameaças de transferência de base em caso de não cumprimento dos objetivos de vendas e o total desrespeito pelas leis da parentalidade portuguesa, tornando a situação laboral na empresa insustentável para os tripulantes de cabine".

Os tripulantes da Ryanair associados do SNPVAC criticam ainda a transportadora por não pagar um salário mensal mínimo, garantido em Portugal, aos trabalhadores contratados por duas agências e por só se garantir a retribuição mínima se houver uma redução salarial.

À empresa foi também apontada a existência de "contratos precários há mais de 10 anos", a recusa em tratar os tripulantes com o "mínimo de respeito e dignidade humana, exigível a qualquer empresa a laborar em Portugal" e o adiamento do diálogo com os sindicatos dos tripulantes.

Depois de "todos os esforços possíveis para resolver o conflito com a empresa de forma pacífica", os associados decidiram assim que a direcção do SNPVAC, além de convocar greve, deve "continuar a desenvolver todos os esforços perante a Ryanair e restantes entidades nacionais" para garantir o "cumprimento integral do direito constitucional e laboral português".

Deve também ser exigido à Ryanair um "compromisso cabal que coloque um fim à cultura de 'bullying' e pressão desmesurada sobre os seus tripulantes", lê-se no documento.

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