Secções
Entrar

Supremo vai decidir sobre prisão de Lula da Silva

09 de fevereiro de 2018 às 21:45

A última palavra sobre o recurso de Lula da Silva, condenado a 12 anos e um mês de prisão por corrupção passiva e branqueamento de capitais, será do colectivo de 11 juízes do Supremo Tribunal.

Um juiz do Supremo Tribunal de Justiça brasileiro rejeitou esta sexta-feira uma petição de Lula da Silva e remeteu para o plenário do órgão a decisão final da detenção do ex-Presidente antes de esgotados todos os recursos.

1 de 5
Foto: Getty Images
Foto: Leonardo Benassatto/Reuters
Foto: Leonardo Benassatto/Reuters
Foto: Paulo Whitaker/Reuters
Foto: Paulo Whitaker/Reuters

Com a decisão do magistrado judicial Edson Fachin, a última palavra sobre o recurso de Lula da Silva (Presidente de 2003 a 2010), condenado a 12 anos e um mês de prisão por corrupção passiva e branqueamento de capitais em caso relacionado com a Operação Lava Jato, será do colectivo de onze juízes do Supremo Tribunal de Justiça (STJ).

A defesa de Lula da Silva argumenta que a prisão não pode ser executada antes da conclusão de todas as fases de recurso, nas quais se pode determinar a inocência do condenado, ainda que a condenação tenha sido ratificada em segunda instância. No entanto, uma norma adoptada pelo Supremo Tribunal em 2016 permite que uma sentença seja executada após conclusão dos recursos na segunda instância e mesmo quando existem possibilidades de apelos para outros tribunais superiores.

Por isso, a situação de Lula da Silva parece complicar-se, depois de, nesta semana, um deputado brasileiro, João Rodrigues, condenado a cinco anos de prisão em segunda instância, ter sido detido para começar a cumprir a pena.

O deputado chegou a recorrer para o STJ e os juízes da Primeira Secção, apoiados em decisões anteriores de casos similares, confirmou que a Constituição brasileira prevê a possibilidade de uma pena começar a ser cumprida uma vez confirmada pelos tribunais.

Lula da Silva foi condenado em 24 de Janeiro deste ano em segunda instância a doze anos e um mês de prisão. Além de uma eventual ordem da prisão, Lula da Silva, que expressou o desejo de concorrer nas próximas eleições presidenciais do Brasil, previstas para Outubro, também dependerá de uma autorização do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para registar a candidatura.

Apesar das indefinições sobre o seu futuro pessoal e político, o Partido dos Trabalhadores (PT) já confirmou o apoio ao seu antigo líder. Lula da Silva assumiu a Presidência em 2003 e exerceu-a durante dois mandatos consecutivos, até passar em 2011 o poder a Dilma Rousseff, destituída em 2016 por irregularidades fiscais.

Um tribunal de segunda instância de Porto Alegre confirmou o veredicto da primeira instância, considerando Lula culpado de corrupção passiva e branqueamento de dinheiro, por ter aceitado um apartamento ‘triplex’ à beira-mar, oferecido por uma empresa de construção civil, e aumentando em um terço a sua pena de prisão, de nove anos e meio para 12 anos e um mês, mas deixando-o em liberdade enquanto aguarda o resultado dos recursos que a sua defesa interporá.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela