Suécia vai alugar celas em prisões na Estónia por falta de espaço para prisioneiros
De acordo com um recente relatório publicado pelo Kriminalvården a população prisional sueca pode, no cenário mais extremo, chegar às 41 mil pessoas em 2034.
A Suécia prepara-se para alugar vagas em prisões na Estónia para conseguir responder ao aumento da sua população prisional em rápido crescimento.
Esta é uma das medidas de uma série de decisões políticas que pretendem transformar o sistema judicial criminal sueco tomadas pelo governo de centro-direita que luta contra o aumento da violência entre gangues. Na semana passada já tinha sido tornado público que o Kriminalvården (serviço prisional e de liberdade condicional sueco) estava a "fazer os preparativos necessários" para se conseguir adaptar ao sistema prisional da Estónia.
Segundo o acordo assinado por Estocolmo e Tallin, ainda no mês de junho, vão poder ser usadas até 600 vagas em estabelecimentos prisionais do país báltico.
De acordo com um recente relatório publicado pelo Kriminalvården a população prisional sueca pode, no cenário mais extremo, chegar às 41 mil pessoas em 2034, no final deste ano serão cerca de 7.800. O chefe de gabinete do serviço prisional, Joakim Righammar, já afirmou que o sistema prisional se encontra numa "situação de crise" e superlotação.
Os especialistas têm alertado que esse crescimento representa uma mudança significativa num país que durante décadas se orgulhou de ter políticas prisionais focadas na reabilitação e reintegração. Este tipo de políticas parece incompatível com o aumento de condenados devido ao aumento de medidas para combater uma onda de violência sem precedentes causada por violência de gangues.
O número de crianças que enfrentam longos períodos de prisão tem também aumentado depois de uma alteração da lei que passou a permitir que jovens de 15 anos possam ser presos durante mais de dez anos. O governo, que conta com o apoio do partido de extrema-direita Democratas Suecos, está a considerar uma proposta para reduzir a idade de responsabilidade criminal dos 15 para os 14 anos em caso de delitos graves e o principal partido da oposição, de centro-esquerda, declarou que apoiaria tal medida.
O governo pretende alterar também as atuais casas de repouso para jovens para jovens infratores para prisões, durante o próximo ano.
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