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"Senhor Obama, pode ir para o inferno", diz presidente filipino

04 de outubro de 2016 às 16:50

Duterte também classificou os norte-americanos como "hipócritas" e advertiu de que poderá chegar o dia em que ele rompa totalmente a aliança entre as duas nações, que inclui um acordo de defesa mútua

O presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, disse ao presidente norte-americano, Barack Obama, para "ir para o inferno", ao ameaçar pôr fim à aliança de décadas com os EUA em favor da China ou da Rússia.

 

A tirada desta terça-feira surge na altura em que as Filipinas e os Estados Unidos iniciaram as suas manobras militares anuais conjuntas, que Duterte já tinha avisado poderiam ser as últimas da sua presidência, em resposta a críticas dos Estados Unidos à sua sangrenta guerra ao crime.

 

"Perdi o respeito pela América", disse Duterte, queixando-se em dois discursos sobre os apelos feitos por Estados Unidos, Nações Unidas e União Europeia para as Filipinas respeitarem os direitos humanos. "Senhor Obama, pode ir para o inferno", acrescentou.

 

Duterte também classificou os norte-americanos como "hipócritas" e advertiu de que poderá chegar o dia em que ele rompa totalmente a aliança entre as duas nações, que inclui um acordo de defesa mútua. "Mais cedo ou mais tarde no meu mandato, poderei cortar laços com a América. Prefiro recorrer à Rússia ou à China. Mesmo que não concordemos com a sua ideologia, elas têm respeito pelas pessoas. O respeito é importante", sublinhou.

 

O líder filipino, que assumiu o cargo a 30 de Junho, tem dito que a principal prioridade do seu mandato de seis anos é erradicar as drogas ilegais da sociedade e que "massacrará com gosto" três milhões de toxicodependentes para alcançar o seu objectivo.

 

Até agora, mais de três mil pessoas morreram na guerra ao crime, de acordo com números oficiais, enquanto os grupos de direitos humanos alertam para a existência de esquadrões da morte formados por vigilantes que perpetram assassínios em massa e para um colapso generalizado do Estado de direito.

 

Apesar da retórica feroz, Duterte insiste em afirmar que não está a violar quaisquer leis, que a polícia só está a matar em legítima defesa e que muitas das outras mortes são resultantes de guerras entre gangues.

 

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