Segundo denunciante da Boeing morre depois de doença aguda
Joshua Dean era auditor de qualidade de um dos fornecedores da Boeing e acusou a empresa onde trabalhava de incompetência na gestão de qualidade.
Joshua Dean, ex-auditor de qualidade da Spirit AeroSystems, empresa fornecedora da Boeing, morreu na passada terça-feira, dia 30, após doença súbita. Foi um dos denunciantes dos alegados defeitos no fabrico do Boeing 737 MAX e é o segundo denunciante da empresa a morrer este ano.
O The Seattle Times refere que Dean foi demitido da Spirit AeroSystems em abril de 2023. Acusou a empresa de o ter demitido depois de ter questionado internamente a empresa. O auditor afirmava que a gerência não cumpria com os requisitos de segurança na linha de produção do 737 MAX na fábrica em Wichita, no Kansas: "Um comportamento grave por parte da gerência sénior na gestão de qualidade". Dean acabou por apresentar uma reclamação à Administração Federal de Aviação, responsável por assegurar a segurança aérea nos EUA.
Em 2018 e 2019, dois aviões Boeing 737 Max estiveram envolvidos em acidentes fatais, que resultaram na morte de 346 pessoas. Joshua Dean foi demitido pela Spirit no ano passado e apresentou uma queixa ao Departamento do Trabalho alegando que sua demissão foi uma retaliação por levantar questões de segurança.
De acordo com o The Seattle Times, Dean era um homem de 45 anos saudável. A mãe do homem escreveu numa publicação de Facebook que o filho contraiu uma infeção que terá causado uma pneumonia. De acordo com a estação Fox59, o homem terá sido infetado com Influenza B e MRSA, o que levou ao desenvolvimento de uma pandemia que o deixou duas semanas internado num hospital em estado crítico, acabando por morrer no hospital. "Os nossos pensamentos estão com a família de Josh Dean. Esta perda repentina é uma notícia impressionante aqui e para seus entes queridos", referiu o porta-voz da Spirit, Joe Buccino.
Esta é a segunda morte de whistleblowers ligados à denúncia de alegada falta de segurança em aviões da Boeing, dois meses depois de Josh Barnett, de 62 anos, ter sido encontrado morto encontrado em casa com um ferimento autoinfligido. Barnett denunciou problemas de segurança com o Boeing 787 Dreamliner, referindo que a Boeing usava intencionalmente peças defeituosas nos seus aviões e alertou que os passageiros do 787 Dreamliner poderiam enfrentar falta de oxigénio se ocorresse uma descompressão repentina.
Dean era representado pela mesma empresa de advocacia que representava Barnett.
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