Rússia emite mandado de detenção de multimilionário

"Um mandado internacional de detenção foi emitido visando Mikhail Khodorkovski", declarou o porta-voz do comité de inquérito russo, Vladimir Markine.

O anúncio do mandado de detenção surge um dia depois de investigadores russos terem revistado apartamentos de funcionários do grupo crítico do regime de Vladimir Putin Rússia Aberta, ao qual pertencia Mikhail Khodorkovsky, menos de duas semanas depois de Moscovo o ter acusado de homicídio.

Membros do comité de investigação russo revistaram as casas da porta-voz de Khodorkovsky, Kulle Pispanen, e de funcionários do grupo opositor Rússia Aberta.

O grupo, citando o pessoal do comité de investigação, disse que as buscas estavam relacionadas com uma evasão fiscal em 2003, num caso que envolvia Khodorkovsky.

O advogado de defesa Pavel Chikov disse que os apartamentos de pelo menos sete pessoas tinham sido alvo de buscas, incluindo o da coordenadora do grupo em São Petersburgo, Natalya Gryaznevich.

O comité de investigação confirmou as rusgas na manhã de terça-feira.

Procuradores russos acusaram, a 11 de Dezembro, o ex-magnata russo do petróleo e crítico do Kremlin Mikhail Khodorkovsky de ter ordenado em 1998 o homicídio de um autarca na Sibéria, retomando a sua campanha contra o antigo presidente da Yukos, no exílio.

Os investigadores anunciaram em Junho que iriam reabrir o inquérito sobre a morte, em 1998, de Vladimir Petukhov, presidente da câmara de Nefteyugansk, cidade produtora de petróleo, considerando que Khodorkovsky – então o líder da gigante petrolífera Yukos, entretanto falida – podia ter ordenado o crime.

O antigo chefe de segurança da Yukos cumpre pena perpétua pela morte do autarca.

Khodorkovsky, que atualmente vive em Londres, disse que a nova acusação foi ordenada directamente pelo Presidente russo, Vladimir Putin.

Mikhail Khodorkovsky, que já foi o homem mais rico da Rússia, esteve preso durante uma década por acusações de fuga aos impostos, fraude e desvio de fundos, e responsabiliza Putin por uma vingança política.

No final de 2013, o antigo magnata foi libertado, inesperadamente, e foi levado para fora da Rússia. Apesar de inicialmente ter prometido que ficaria afastado da política, voltou entretanto a afirmar-se como um crítico aberto do Presidente russo.

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