Secções
Entrar

Repórteres Sem Fronteiras denunciam censura do atual regime militar da Guiné-Bissau

Lusa 27 de novembro de 2025 às 16:29

Militares tomaram o poder quarta-feira e suspenderam todos os meios de comunicação social, violando assim o direito à informação.

Os Repórteres Sem Fronteiras (RSF) denunciaram esta quinta-feira a censura do atual regime militar da Guiné-Bissau, que tomou o poder quarta-feira, por ter suspendido todos os meios de comunicação social, violando assim o direito à informação.
RSF denuncia censura na Guiné-Bissau após militares suspenderem comunicação social TGB Guinea-Bissau via AP
"A suspensão dos meios de comunicação social guineenses é uma grave violação do direito à informação. A população deve poder ser informada sobre o que se passa no país, em particular neste contexto de crise política", declarou o diretor dos RSF para a África Subsariana, Sadibou Marong, citado em comunicado. A Organização Não-Governamental (ONG) denuncia, assim, "a censura que abre a porta a rumores de todos os tipos e à desinformação". Para os RSF, a proteção e o respeito pelo direito à informação da população devem prevalecer e os meios de comunicação social devem poder fazer o seu trabalho livremente e sem riscos de represálias. Na quarta-feira, na véspera do dia anunciado para a divulgação dos resultados das eleições presidenciais e legislativas que ocorreram em 23 de novembro, o chefe do gabinete militar da presidência, Denis N'Canha, comunicou, através de um anúncio difundido na Televisão da Guiné-Bissau, a suspensão, até nova ordem, de "todos os órgãos de comunicação social", contextualizaram os RSF. A ONG recordou ainda que três órgãos de comunicação social públicos internacionais portugueses -- a rádio RDP África, o canal de televisão RTP e a Agência Lusa -- já não emitiam no país desde 15 de agosto, tendo sido suspensos pelas autoridades então em funções. O general Horta Inta-A foi hoje empossado Presidente de transição da Guiné-Bissau, numa cerimónia que decorreu no Estado-Maior General das Forças Armadas guineense. Os militares anunciaram quarta-feira a destituição do Presidente Umaro Sissoco Embaló, suspenderam o processo eleitoral, os órgãos de comunicação social e impuseram um recolher obrigatório. As eleições, que decorreram sem registo de incidentes, realizaram-se sem a presença do principal partido da oposição, Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), e do seu candidato, Domingos Simões Pereira, excluídos da disputa e que declararam apoio ao candidato opositor Fernando Dias da Costa. Simões Pereira foi detido e a tomada de poder pelos militares está a ser denunciada pela oposição como uma manobra para impedir a divulgação dos resultados eleitorais.
Artigos Relacionados
Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela