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Rafael Marques defende fundo público para apoiar sociedade civil angolana

22 de janeiro de 2020 às 14:14

Ativista afirmou que os todos os ricos angolanos que "beneficiaram dos recursos" de Angola têm o "dever" de contribuir no apoio à sociedade civil do país.

O ativista Rafael Marques sugeriu hoje a criação de um fundo público para apoiar organizações da sociedade civil angolana, que permita ultrapassar os constrangimentos financeiros destas entidades que também contribuem para a luta anticorrupção.

"O Governo deve através deste processo de recuperação de ativos criar um fundo nacional de apoio à sociedade civil com parte destes proventos recuperados aos que, durante anos, pilharam o país", destacou Rafael Marques, sublinhando que a sociedade civil tem dado "um grande contributo contra a corrupção", à margem da apresentação do UFOLO - Centro de Estudos para a Boa Governação.

Outra das sugestões avançadas foi o recurso a incentivos fiscais a empresas que assumam a filantropia: "Os ricos angolanos, todos aqueles que, de uma ou outra, beneficiaram dos recursos deste país têm o dever de contribuir para que tenhamos uma sociedade mais proativa, sairemos todos a ganhar com uma sociedade que seja capaz de defender os interesses da soberania e dos cidadãos", enfatizou.

Rafael Marques, jornalista e fundador do 'site' Maka Angola, que hoje lançou o UFOLO, explicou que o centro surgiu porque é necessário reforçar a capacidade de intervenção da capacidade civil.

"Sem uma sociedade civil forte, não teremos partidos políticos fortes, não teremos partidos políticos mais dedicados ao serviço público. Foram muitos anos de guerra, muitos anos de ditadura e temos de reconstruir este tecido que é o tecido da sociedade angolana", salientou.

Para Rafael Marques, "era altura de criar um centro que possa congregar a juventude, juntar ideias e gerar iniciativas" que permitam uma intervenção "mais exigente, estruturada e organizada" por parte da sociedade civil

O UFOLO estreou-se hoje com um primeiro debate público centrado no tema "Juventude em Ação".

O colóquio a decorrer hoje em Luanda conta com a participação de 'rappers' e ativistas como Luaty Beirão, MCK e Eva Rap Diva, o economista Yuri Quixina, o jurista Rui Verde, a socióloga Tânia de Carvalho, entre outras individualidades, estando em debate temas como "O Poder da Juventude", "Desemprego e políticas económicas" e "Criminalidade: causas e consequências".

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