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Putin oferece futura vacina russa contra covid-19 a funcionários da ONU

22 de setembro de 2020 às 19:20

O Presidente da Rússia prometeu ainda que o seu país está disponível para abastecer outras nações com a futura vacina, a Sputnik V, que mostrou ser "segura" e "eficaz".

O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, antecipou hoje, perante as Nações Unidas, o rápido desenvolvimento no seu país de uma vacina contra o novo coronavírus, oferecendo-a gratuitamente à ONU, para que proteja os seus funcionários.

Na sua mensagem de vídeo no primeiro dia do debate geral da Assembleia Geral da ONU, Putin disse que o seu Governo está pronto para oferecer às Nações Unidas toda a assistência necessária, incluindo vacinas gratuitas para todo o pessoal que a deseje.

O Presidente russo disse ainda que o seu país está disponível para abastecer outras nações com a futura vacina, que se chamará Sputnik V, que, como frisou, tem mostrado ser "segura" e "eficaz".

"Estamos prontos a partilhar a nossa experiência e a continuar a interagir com todos os estados e estruturas internacionais, nomeadamente para fornecer a outros países a vacina russa que tem comprovador ser segura, fiável e eficaz", disse o líder russo.

Vários altos funcionários russos anunciaram que já foram vacinados com o Sputnik V, como o ministro da Defesa, Sergei Shoigu, ou o presidente da Câmara de Moscovo, Sergei Sobyanin, assim como uma das filhas do Presidente russo.

Putin insistiu que os cidadãos de todo o mundo devem ter acesso gratuito a uma vacina contra a covid-19 e também destacou a disposição do Kremlin para trabalhar com outros governos para compartilhar métodos de diagnóstico e tratamento da doença.

Ao contrário do que têm feito os Estados Unidos, Putin defendeu que a Organização Mundial da Saúde (OMS) deve ter um papel central na coordenação da resposta e disse que a Rússia está a trabalhar para fortalecer a capacidade desta organização.

Por outro lado, Putin alertou para os efeitos económicos de longo prazo que a crise atual terá e defendeu a necessidade de toda a comunidade internacional trabalhar em conjunto para impulsionar o crescimento.

Nesse contexto, o líder russo destacou a importância de eliminar barreiras, restrições e, sobretudo, "sanções ilegítimas" no comércio internacional.

Na esfera geopolítica e militar, Putin garantiu que quer cooperar com os Estados Unidos para estender o tratado de redução de armas estratégicas e espera que haja "moderação" na hora de implantar novos sistemas de mísseis, repetindo o seu interesse em conseguir um tratado que proíba armas no espaço sideral.

Na sessão da Assembleia Geral que marca o 75º aniversário das Nações Unidas, Putin defendeu o trabalho da organização e, embora reconhecesse que é necessário adaptá-la à realidade do século 21, deixou claro que seu país se opõe a grandes mudanças no Conselho de Segurança, onde é uma dos cinco membros permanentes e tem poder de veto.

Putin disse que, para que o Conselho continue a ser o "pilar da governança global", é essencial que esses cinco países, potências nucleares e vencedores da Segunda Guerra Mundial, mantenham o privilégio do veto.

A semana de alto nível na Assembleia Geral da ONU começou hoje, num formato sem precedentes nos 75 anos da organização, em que os discursos de chefes de Estado e de Governo será feita por vídeos previamente gravados, devido à pandemia.

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