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Puigdemont fala em derrota: "Há momentos em que também duvido"

31 de janeiro de 2018 às 13:09

O líder independentista enviou mensagens a Toni Comín onde falou do fim da Catalunha republicana. No Twitter, disse "ser humano", ter "dúvidas" mas que é "o presidente" eleito.

"Sou humano e há momentos em que também duvido". Foi desta maneira que o ex-presidente da Catalunha Carles Puigdemont confirmou a veracidade de várias mensagens divulgadas pela televisão espanhola Telecinco. As mesmas foram enviadas pouco depois de ter adiado na terça-feira a sessão plenária da assembleia que ia investir Puigdemont como presidente do executivo catalão. Ao deputado da Esquerda Republicana da Catalunha Toni Comín, que também fugiu para a Bélgica, o antigo governante admitia o fim do processo independentista em curso.

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Foto: Tariq Mikkel Khan/Reuters
Foto: RICARDO RAMIREZ/EFE
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Puigdemont
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"Suponho ser claro para ti que isto terminou. Os nossos sacrificaram-nos, pelo menos a mim. Vocês serão conselheiros [espero e desejo], mas eu fui sacrificado", escreveu Puigdemont numa das mensagens.

O líder do Juntos pela Catalunha afirmou na terça-feira, numa mensagem nas redes sociais, que "lamentavelmente" Torrent decidiu adiar o plenário de investidura. Depois de permanecer em silêncio ao longo do dia, Puigdemont divulgou aquela mensagem, na qual garante que "respeita" a decisão de Roger Torrent, mas adverte que não existe "nenhum outro candidato possível".

Puigdemont, en los mensajes desvelados por @elprogramadear: "El plan de Moncloa triunfa. Esto ha caducado y dedicaré mi vida a la defensa propia" #ExclusivaPuigdemontAR https://t.co/umilVzubcC pic.twitter.com/1ij4u5FtVF

Nas mensagens divulgadas pela Telecinco, no entanto, admitia que se possam estar a viver "os últimos dias da Catalunha republicana", adiantando que dedicará o resto da sua vida a proteger a sua "reputação", prejudicada por "calúnias, rumores" que aguentou "por um objectivo comum".

Puigdemont faz ainda referência à situação dos políticos catalães detidos e ao "triunfo" do "plano de Moncloa (sede do governo espanhol)" contra o movimento de independência da Catalunha. "O plano de Moncloa triunfa, só espero que seja verdade e que graças a isto possam sair todos da prisão porque, se não, o ridículo histórico é histórico", diziam as mensagens enviadas a Comín.

Perante a polémica causada pelas mensagens, o antigo governante usou as redes sociais para explicar os seus sentimentos. "Sou jornalista e sempre entendi que existem limites, como a privacidade, que nunca devem ser violados. Sou humano e há momentos em que também duvido. Também sou o presidente e não vou recuar. Continuamos!", escreveu no Twitter.

Sóc periodista i sempre he entès que hi ha límits, com la privacitat, que mai s’han de violar. Sóc humà i hi ha moments que també jo dubto. També sóc el President i no m’arronsaré ni em faré enrere, per respecte, agraïment i compromís amb els ciutadans i el país. Seguim!

A investidura do líder independentista foi adiada até que o Tribunal Constitucional espanhol responda ao recurso apresentado pelo parlamento regional à medida cautelar, que impede a investidura à distância de Puigdemont, refugiado na Bélgica e com um mandado de busca e captura em Espanha por suspeitas de ter cometido delitos de rebelião, sedição e peculato.

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