Secções
Entrar

Portugal foi usado pelos governantes angolanos, diz presidente da UNITA

01 de dezembro de 2019 às 08:45

Entre Angola e Portugal, "o relacionamento que se tem hoje não é o que se poderia ter", considera Adalberto da Costa Júnior.

O presidente da UNITA, Adalberto da Costa Júnior, afirmou que Portugal "foi usado" por governantes angolanos e defendeu que o relacionamento recíproco entre os dois países poderia ser mais vantajoso do que é atualmente.

Em entrevista à Agência Lusa, Adalberto da Costa Júnior que viveu vários anos e se formou em Portugal afirmou que a relação entre os dois países "nem sempre foi formatada por razões de valores", existindo em algumas ocasiões um grande uso político.

"Embora pareça que Portugal tem sido beneficiado acho que também foi vítima, em determinada altura, do uso que os governantes angolanos fizeram desta especificidade portuguesa", assinalou.

Foi por Portugal que "passou boa parte da fuga de capitais" e o país foi usado como destino, ao nível bancário, de uma forma que deixou dúvidas sobre os benefícios daí resultantes, considerou o dirigente

"Alguma da deceção de hoje [de empresários em Angola] é consequência dessa realidade", admitiu.

O líder da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) lembrou o relacionamento e a proximidade histórica entre os dois países que faz com que Portugal não tenha "um competidor igual" apontando também os fatores de identificação cultural, como a língua oficial angolana, mas também algumas dificuldades de uma relação que "nem sempre foi estável"

Adalberto da Costa Júnior entende que "o relacionamento que se tem hoje não é o que se poderia ter", e que "com mais abrangência, com mais perspicácia" o relacionamento recíproco poderia ser muito mais vantajoso do que o de hoje.

E explica como: "Acabando com os interesses pequenos e olhando para os interesses grandes que são os dos cidadãos e os dos Estados". No seu entender, os interesses partidários são limitativo e condicionam relações estáveis.

"Nós somos um país grande, com potencialidades extraordinárias que podiam oferecer ao mercado dos investidores portugueses oportunidades muito particulares que hoje não são reconhecidas", vincou o dirigente do partido fundado por Jonas Savimbi, apontando os "riscos de investimento como um fator de afastamento.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela