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Plástico invade as praias galegas. Governos de Espanha e Galiza trocam acusações

Leonor Riso 08 de janeiro de 2024 às 18:01

Milhões de pellets de plástico poluem as praias desde que um contentor caiu de um navio ao largo de Viana do Castelo. Galegos têm recolhido o que podem com pás e passadores.

A costa galega foi atingida por milhões depelletsde plástico, pequenas bolinhas usadas no fabrico de tecidos, de garrafas de água ou sacos de plástico. Ospelletssaíram de um porta-contentores que deixou cair um ao largo da costa portuguesa, perto de Viana do Castelo no fim de dezembro de 2023 e foram parar às praias. Várias pessoas pegaram em passadores e pás para recolher o plástico e já houve acusações políticas de falta de ação. 

Ospelletssão um dos tipos de plástico que polui os mares e rios de todo o mundo, estimando-se, segundo a agência noticiosa Reuters, que a cada ano 10 biliões depelletsde plástico contaminem os ecossistemas marinhos. 

Estes eram transportados pelo navio Toconao, registado na Libéria e que trabalhava para a empresa de transportes Maersk. O fabricante dospelletsé a Bedeko Europe. 

Maria Jesus Montero, vice-primeira-ministra de Espanha, disse à TVE que o governo estava preocupado com as consequências do sucedido, mas que ainda não era conhecido o impacto nas pescas. De acordo com o jornalLa Voz de Galicia, ainda não se registaram alertas de peixes nem de aves afetadas nos centros de recuperação de fauna locais. 

O grupo ambientalista Ecologistas en Accion denunciou a "inação duas semanas depois de detetar a fuga" por parte das autoridades locais e vão apresentar queixa de crime ambiental contra a Toucan Maritime, a dona do navio. 

A conselheira do Meio Ambiente da Galiza, Ángeles Vázquez, afirmou que ospelletsnão são tóxicos nem perigosos, sendo feitos de PET, um tipo de plástico tipo poliésteres. 

O Ministério Público já abriu um inquérito ao sucedido, enquanto se trocam acusações políticas: de acordo com o jornalEl País, o governo da Galiza e o governo central de Espanha acusam-se mutuamente de não ter atuado rapidamente. Se o governo da Galiza diz não ter recebido comunicação oficial sobre a fuga até 3 de janeiro, o ministro dos Transportes garante que tal foi feito 21 dias antes. Segundo oLa Voz de Galicia, a primeira informação é de 20 de dezembro. 

As ações dos galegos que tentam limpar as praias com objetos que têm em casa faz recordar o sucedido em 2002, quando o petroleiro Prestige despejou 63 mil toneladas de petróleo na costa galega. "Infelizmente, todos somos recordados de imagens do passado que queríamos apagar", reconheceu Ángeles Vázquez.

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Foto: REUTERS/Miguel Vidal
Foto: REUTERS/Miguel Vidal
Foto: REUTERS/Miguel Vidal
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