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O que se sabe sobre o ataque dos Estados Unidos ao Irão

Diogo Barreto 22 de junho de 2025 às 16:30

Mais de cem aeronaves, dezenas de mísseis e um ataque relâmpago que durou menos de meia hora, destruindo três infraestruturas nucleares: leia sobre os detalhes da operação Martelo da Meia-Noite.

O secretário da Defesa dos Estados Unidos afirmou que os ataques desta madrugada atingiram o seu objetivo: devastar o programa nuclear iraniano. Informou ainda que se tratou de uma operação que durou vários meses a preparar e que não visou tropas ou população civil do Irão.

AP Photo/Alex Brandon)

Numa conferência de imprensa a partir do Pentágono, em Washington, Pete Hegseth disse que a "Operation Midnight Hammer" (Operação Martelo da Meia-Noite) foi um "êxito esmagador" e que todos os agentes atuaram "sem falhas". "A ordem dada foi concentrada, poderosa e clara. Devastámos o programa nuclear iraniano. É de notar que a operação não teve como alvo as forças armadas ou a população", frisou Pete Hegseth.

De acordo com o secretário da Defesa, o plano de ataque às centrais nucleares do Irão foi gizado durante meses e estava pronto há vários dias, mas que aguardavam apenas a ordem do presidente norte-americano para ser desencadeado. "A operação planeada pelo presidente Trump foi ousada e brilhante, mostrando ao mundo que a dissuasão americana está de volta. Quando este presidente fala, o mundo deve ouvir", vincou Hegseth.

O chefe do Estado-Maior do Exército dos Estados Unidos, Dan Cainem, disse que foi um "operação complexa e de risco elevado", adiantando que o objetivo foi atingir de forma cirúrgica o regime nuclear iraniano.

Hegseth referiu ainda que as autoridades iranianas estão a ser chamadas para se sentarem à mesa de negociações pelos Estados Unidos. "Foi tudo feito com o mínimo de comunicações. É este tipo de integração que as nossas forças conseguem melhor do que ninguém no mundo", salientou o general Dean Caine. "Depois dos ataques, a força saiu do espaço aéreo iraniano. Não temos conhecimento de tiros disparados no regresso. Os jactos iranianos não voaram e parece que o sistema de mísseis não nos viu. Ao longo da operação, mantivemos o elemento surpresa", declarou.

O ataque foi lançado contra três instalações nucleares iranianas na madrugada de domingo e envolveu 125 aeronaves norte-americanas, incluindo sete bombardeiros furtivos B-2 Spirit que transportaram 14 bombas GBU-57 e foram ainda disparados 24 mísseis de cruzeiro Tomahawk disparados a partir de um submarino, revelou o general. No total a operação demorou 25 minutos (contando com o tempo dos caça americanos entrarem em território iraniano e abandonarem o mesmo). As bombas GBU-57 são utilizadas para destruir alvos montados no subsolo, como era o caso das infraestruturas nucleares de Fordow e de Natanz. Já o complexo nuclear de Isfahan foi atingido pelos mísseis Tomahawk lançados a partir de um submarino.

Passagem pelas Lajes

A frota aérea partiu de vários pontos e em variadas direções. Um grupo de bombardeiros B-2 deslocaram-se dos EUA e sobrevoaram o Pacífico em direção ao Irão. O segundo esquadrão seguiu pelo Atlântico e fez um voo de 18 horas. Segundo o Pentágono, é a segunda missão mais longa da história com bombardeiros B-2, sendo apenas ultrapassada pela lançada em 2001, depois dos ataques às Torres Gémeas.

A Base das Lajes, nos Açores, terá sido usada por aviões de reabastecimento que ajudaram à operação deste fim-de-semana.

O ataque tem sido criticado pela oposição norte-americana por ter sido lançado sem que o Congresso tenha sido notificado. O secretário da Defesa dos Estados Unidos afirmou ainda que o Congresso apenas foi notificado da operação no momento em que as aeronaves norte-americanas saíram em segurança do espaço aéreo iraniano.

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