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Moçambique: Forças governamentais anunciam que mataram 59 "terroristas"

12 de agosto de 2020 às 18:19

Os grupos armados, cujos membros estão "infiltrados na comunidade", realizaram ataques sequenciados as aldeias de Anga, Buji, Ausse e a vila sede de Mocímboa da Praia.

As Forças de Defesa e Segurança (FDS) de Moçambique anunciaram hoje, em comunicado, que mataram 59 "terroristas" que tentaram invadir aldeias do distrito de Mocímboa da Praia nos últimos sete dias.

"No decurso das ações de defesa da população contra ações terroristas, as Forças de Defesa e Segurança atingiram vários resultados operativos, sendo de destacar 59 baixas infringidas aos terroristas, destruição de seis acampamentos e meios usados pelos terroristas", lê-se numa nota distribuída à comunicação social.

Durante o período, segundo o documento, os grupos armados, cujos membros estão "infiltrados na comunidade", realizaram ataques sequenciados as aldeias de Anga, Buji, Ausse e a vila sede de Mocímboa da Praia.

"Prosseguem ações visando a neutralização dos terroristas, que tem usado a população como escudo nas regiões afetadas", referiu a nota das FDS, que reiteram "o seu compromisso e engajamento no restabelecimento da ordem" e na defesa da soberania do país.

Embora o comunicado das FDS não avance informações sobre baixas entre elementos das forças governamentais, uma fonte do Exército moçambicano disse à Lusa que os grupos armados invadiram na madrugada de hoje o porto de Mocímboa da Praia e as confrontações deixaram um número desconhecido de mortos, incluindo elementos da força marinha.

"Há vários colegas nossos da força marinha que morreram", disse a fonte, acrescentando que nas instalações portuárias daquela vila, situada a cerca de 345 quilómetros da capital provincial de Cabo Delgado, os atacantes, que reivindicam uma causa 'jihadista' contra as autoridades, conseguiram instalar um ponto de resistência.

"Muitas pessoas fugiram. Os que mais sofreram foram os que estavam de prontidão, mas não estavam devidamente equipados para fazer face a eles [os insurgentes]", declarou.

Mocímboa da Praia tinha sido invadida e ocupada durante um dia por rebeldes em 23 de março, numa ação depois reivindicada pelo grupo 'jihadista' Estado Islâmico.

Mocímboa da Praia é uma das principais vilas da província, situada 70 quilómetros a sul da área de construção do projeto de exploração de gás natural conduzido por várias petrolíferas internacionais e liderado pela Total.

Os ataques de grupos armados na província de Cabo Delgado eclodiram em outubro de 2017 mesmo em Mocímboa da Praia e já provocaram, pelo menos, a morte de 1.059 pessoas.

De acordo com as Nações Unidas, a violência armada naquela província do norte de Moçambique forçou à fuga de 250.000 pessoas de distritos afetados pela insegurança, mais a norte da província.

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