Moçambique: Brasil envia equipa de ajuda humanitária para zonas afetadas pelo Kenneth
Apesar de já ter perdido força, o ciclone continua a provocar chuvas intensas na região e há elevado risco de cheias e deslizamento de terras.
O Governo brasileiro anunciou esta sexta-feira que vai deslocar para as regiões moçambicanas afetadas pelo ciclone Kenneth a equipa de ajuda humanitária, composta por 40 profissionais, que já se encontra no país desde a passagem do ciclone Idai.
"Em atenção ao pedido de ajuda do Governo de Moçambique, o Brasil está deslocando a equipe humanitária brasileira já presente no país para as regiões afetadas pelo ciclone Kenneth, a fim de atuar em missões de busca e salvamento. Composta por 40 bombeiros militares da Força Nacional de Segurança Pública e do Corpo de Bombeiros Militar do estado de Minas Gerais, aquela equipa é o único contingente internacional com treino específico em busca e salvamento que se encontra atualmente em Moçambique", afirmou o Ministério das Relações Exteriores do Brasil em comunicado.
O executivo do Brasil lamentou ainda a "calamidade natural" que atingiu o país africano, e mostrou-se solidário para com o Governo e população moçambicana.
"O Governo brasileiro tomou conhecimento da passagem, na noite de 25/04, do ciclone Kenneth pela província de Cabo Delgado, em Moçambique, causando mortes e destruição, pouco mais de um mês após a devastação provocada pelo ciclone Idai na região central do país. Ao lamentar essa nova calamidade natural, o Governo brasileiro solidariza-se com a população e o Governo moçambicano", acrescentou a pasta das Relações Exteriores na sua página da internet.
Para auxiliar nas operações, o Brasil anunciou que também fornecerá a Moçambique mapas das regiões afetadas, obtidos pela rede de satélites da "International Charter Space and Major Disasters".
O Governo brasileiro já tinha prorrogado até 07 de maio a permanência de uma missão de ajuda humanitária enviada para Moçambique, após a passagem do ciclone Idai, segundo informação publicada em 18 de abril no Diário Oficial da União.
O número de óbitos provocados pela passagem do ciclone Kenneth no norte de Moçambique subiu para dois, anunciaram esta sexta-feira as autoridades moçambicanas.
As autoridades moçambicanas avançaram que pelo menos 16 mil pessoas foram afetadas pelo ciclone e há mais de 18 mil pessoas nos 22 centros de acomodação.
Segundo o Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC), registam-se ainda dois feridos.
Quase três mil habitações ficaram parcialmente destruídas e 450 ficaram totalmente destruídas.
No terreno, ainda de acordo com o mesmo organismo, há 230 especialistas humanitários, estando as operações a ser apoiadas por três helicópteros e dez barcos.
O ciclone Kenneth chegou esta quinta-feira ao norte de Moçambique classificado com a categoria quatro, a segunda mais grave, com ventos contínuos de 225 quilómetros por hora e rajadas de 270 quilómetros por hora, anunciou hoje o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitário (OCHA).
Moçambique volta a ser atingido por um ciclone, depois do impacto do Idai, em 14 de março, que provocou pelo menos 603 mortos.
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