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McDonalds pede desculpa na China após anúncio em que identifica Taiwan como país

23 de janeiro de 2019 às 10:02

No anúncio da McDonalds, exibido em Taiwan a 6 de janeiro, surge um cartão de identificação de uma estudante, no qual Taiwan é identificado como um país.

A cadeia de hambúrgueres norte-americana McDonald's pediu esta quarta-feira desculpa pelo seu mais recente anúncio publicitário, criticado por internautas chineses por retratar Taiwan como um país, em mais uma disputa com uma multinacional devido ao estatuto da ilha.

A imagem foi prontamente denunciada nas redes sociais chinesas, suscitando críticas pelos internautas.

"A nacionalidade deveria ser China! O que é Taiwan? Uma província. Por favor, ponham-se no vosso lugar", lê-se num comentário no WeChat, o Whatsapp chinês.

"O McDonald's difundiu isto claramente para 1,3 mil milhões de chineses verem. Qual é o significado? Apoiar a independência de Taiwan?", questionou outro internauta.

Esta semana, a empresa divulgou um pedido de desculpas no Weibo, o Twitter chinês, afirmando que o anúncio foi feito por uma agência taiwanesa e que foi já retirado.

"A agência de publicidade não fez verificações rigorosas sobre as cenas e isso causou um mal-entendido, que lamentamos profundamente", lê-se.

"Sempre apoiaremos a política de 'Uma só China', e continuaremos a defender a soberania territorial do país", acrescentou a multinacional norte-americana.

O princípio 'Uma só China' é visto por Pequim como garantia de que Taiwan é parte do seu território, apesar de cada lado fazer a sua própria interpretação desse princípio.

Pequim considera Taiwan uma província chinesa e defende a "reunificação pacífica", mas ameaça "usar a força" caso a ilha declare independência.

Já Taiwan, a ilha onde se refugiou o antigo governo chinês depois de o Partido Comunista (PCC) tomar o poder no continente, em 1949, assume-se como República da China.

Pequim e Taipé concordam, no entanto, que existe uma só China.

No ano passado, dezenas de companhias áreas passaram a referir-se a Taiwan como parte da República Popular da China, cumprindo com as exigências de Pequim. British Airways, Lufthansa e Air Canada foram algumas das companhias que passaram a referir-se a Taiwan como parte da China.

A adoção de "Taiwan, China" ou "Taiwan, República Popular da China" nos portais eletrónicos e mapas das companhias aéreas representa outra vitória nos esforços do Partido Comunista Chinês em forçar empresas estrangeiras a aderir à sua visão geopolítica, mesmo em operações fora do país.

Também a japonesa Muji ou a espanhola Zara foram alvo de críticas de Pequim por identificaram Taiwan como país nas suas etiquetas ou portais eletrónicos.

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