Secções
Entrar

Maurícias vão pedir indemnização devido a derrame de hidrocarbonetos

12 de agosto de 2020 às 15:20

O primeiro-ministro declarou o derrame um desastre nacional. Parte das águas turquesa do arquipélago ficou manchada de negro, ameaçando mangais e afetando aves marinhas e répteis.

As Maurícias vão pedir uma indemnização ao proprietário de um navio japonês responsável pelo derrame de hidrocarbonetos que ocorreu quando o barco encalhou nas águas do arquipélago no oceano Índico, anunciou hoje o primeiro-ministro.

Pravind Jugnauth disse que irá pedir uma compensação pelos graves danos ambientais à Nagashiki Shipping, proprietária do "MV Wakashio", que encalhou num recife de Pointe d'Esny, nas águas das Maurícias, e já derramou mais de mil toneladas de hidrocarbonetos numa zona que é um santuário para a vida selvagem.

O primeiro-ministro declarou o derrame um desastre nacional.

O governo de Jugnauth está a ser pressionado para explicar porque não tomou medidas imediatas para esvaziar o navio quando ele encalhou, a 25 de julho.

Duas semanas mais tarde, devido à ondulação, o navio rompeu-se e começou a derramar fuelóleo.

Parte das águas turquesa do arquipélago ficou manchada de negro, ameaçando mangais e afetando aves marinhas e répteis.

Milhares de pessoas têm estado envolvidas nos trabalhos de limpeza, usando bombas improvisadas e folhas de cana de açúcar para tentar conter o petróleo.

Estima-se que cerca de 400 toneladas do petróleo derramado já tenham sido removidas do mar.

França enviou um navio, aviões militares e técnicos desde a ilha vizinha de Reunião após um pedido de auxílio das Maurícias na semana passada.

Especialistas japoneses estão a ajudar e as Nações Unidas enviaram peritos.

As autoridades já preveniram que o barco pode partir-se em dois a todo o momento, com as fissuras no casco a alargarem-se de dia para dia.

"É essencial que o navio seja esvaziado antes de se partir", disse Jean Hugue Gardenne da Fundação da Vida Selvagem das Maurícias.

A fundação teme que o derrame destrua o trabalho que tem estado a fazer desde 1985 para recuperar aquela área protegida.

Fontes próximas do inquérito avançaram à AFP, sob anonimato, que o navio ia da China para o Brasil.

O capitão, de nacionalidade indiana, e a tripulação estiveram hoje sob interrogatório policial. Uma das questões que se procura esclarecer é a razão pela qual o navio navegava tão perto das costas da Maurícia.

Agora, as atenções estão focadas no que os investigadores sul-africanos conseguirem extrair da caixa negra do navio.

As Maurícias e os seus 13 milhões de habitantes dependem do mar para a alimentação e o turismo, crucial para a sua economia.

FPA (RN) // EL

Lusa/Fim

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela