Secções
Entrar

Macron anuncia construção de novo porta-aviões francês para substituir o Charles de Gaulle

Lusa 21 de dezembro de 2025 às 15:39

O anúncio do arranque oficial do projeto era aguardado há vários anos, apesar do atual impasse orçamental em França, num contexto marcado pelo elevado volume de investimentos necessários e pela evolução das ameaças à segurança.

O Presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou este domingo o lançamento da construção do futuro porta-aviões francês, que irá substituir o Charles de Gaulle e deverá entrar ao serviço em 2038.
Felix Zahn/picture-alliance/dpa/AP Images
"Este novo porta-aviões será a ilustração da potência da nossa nação, da indústria e da tecnologia, ao serviço da liberdade nos mares", afirmou Macron. O anúncio do arranque oficial do projeto era aguardado há vários anos, apesar do atual impasse orçamental em França, num contexto marcado pelo elevado volume de investimentos necessários e pela evolução das ameaças à segurança. "Em conformidade com as duas últimas leis de programação militar e após uma análise completa e minuciosa, decidi dotar a França de um novo porta-aviões", declarou o chefe de Estado francês, durante uma visita às tropas francesas em Abu Dhabi, por ocasião do Natal. Segundo Macron, a decisão de avançar com a execução deste "programa de grande dimensão" foi tomada na última semana. Tal como o Charles de Gaulle, o novo porta-aviões terá propulsão nuclear, mas será significativamente maior. Terá cerca de 80 mil toneladas e aproximadamente 310 metros de comprimento, face às 42 mil toneladas e 261 metros do atual navio. A bordo poderão operar cerca de 30 aviões de combate, com uma tripulação de 2.000 marinheiros. As Forças Armadas francesas têm alertado para o risco de um eventual "choque dentro de três a quatro anos" com a Rússia, cenário que poderá pressionar os orçamentos militares e favorecer outras prioridades. Declarações recentes do chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, general Fabien Mandon, apontando que "não se pode limitar a reproduzir um instrumento concebido em meados do século passado", suscitaram igualmente debate sobre o próprio conceito de porta-aviões. O general destacou, em particular, a necessidade de assegurar uma presença permanente no mar e a capacidade de integrar drones de vários tipos. Atualmente, apenas um porta-aviões, o Charles de Gaulle, está disponível cerca de 65% do tempo, segundo a Marinha francesa. Um eventual atraso na construção do seu sucessor poderá deixar a França temporariamente sem esta capacidade naval. Um estudo a realizar durante a próxima grande paragem técnica do Charles de Gaulle deverá permitir, em 2029, avaliar se o navio pode continuar em serviço por alguns anos para além de 2038, em função do estado das suas caldeiras nucleares e da estrutura. Macron fez o anúncio durante uma visita oficial aos Emirados Árabes Unidos, aliado militar com o qual Paris pretende reforçar o seu "parceiro estratégico" e intensificar a cooperação no combate ao narcotráfico.
Artigos Relacionados
Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela