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Kavanaugh não desiste do Supremo dos EUA apesar de denúncias de assédio sexual

25 de setembro de 2018 às 07:57

Magistrado assegura que não vai recuar perante "as falsas acusações" e pede um julgamento justo.

O processo de nomeação de Brett Kavanaugh para o Supremo Tribunal dos EUA tem sido atrasado por denúncias de assédio sexual, já feitas por duas mulheres, mas o magistrado assegura que não vai recuar perante "as falsas acusações". O candidato do presidente norte-americano, Donald Trump, pede um "julgamento justo" e exige defender a sua integridade e limpar o bom nome. Os desejos foram expressos numa entrevista, que contou com a presença da mulher do juiz, ao canal conservador e tido como próximo do líder da Casa Branca, Fox News.

A primeira denúncia foi feita pela psicóloga Christine Blasey Ford, que quinta-feira vai testemunhar no Senado, um momento chave no processo de confirmação do juiz para o Supremo Tribunal. A mulher acusou Kavanaugh de a agredir sexualmente numa festa, quando ambos andavam na escola secundária, nos princípios da década de 1980.

Na entrevista, o juiz afirmou que não duvida que Christine tenha sido assediada sexualmente em algum momento da sua vida, mas reiterou que não foi por ele. "Não duvido, nem duvidei que, talvez em algum momento da sua vida, a doutora (Christine Blasey) Ford tenha sido sexualmente atacada por alguém, mas o que eu sei é que nunca agredi sexualmente ninguém", assegurou o magistrado, assumindo ainda que era virgem durante o tempo em que frequentou a escola secundária.

O candidato para o Supremo Tribunal reiterou: "a verdade é que eu nunca tentei agredir sexualmente ninguém durante o secundário ou em qualquer outro lugar".

No domingo, a revista The New Yorker noticiou que os democratas que integram o comité do Senado norte-americano estão a investigar uma acusação de assédio sexual feita por uma segunda mulher contra o juiz.

O incidente reporta ao ano lectivo de 1983-84, o primeiro de Brett Kavanaugh na Universidade de Yale. Deborah Ramirez, de 53 anos, disse à revista nova-iorquina que Kavanaugh apareceu num dormitório, embriagado, pressionou o pénis no seu rosto, o que a obrigou a tocá-lo sem o seu consentimento, quando o afastava.

O presidente norte-americano, Donald Trump, considerou que as acusações de agressões sexuais dirigidas ao juiz Brett Kavanaugh, são "totalmente políticas". "É um homem perfeito com um passado irrepreensível", "um homem notável", declarou Trump numa referência ao magistrado conservador.

"Tudo isso saiu subitamente, na minha opinião é totalmente político", declarou o presidente, lembrando que as acusações foram reveladas três décadas após os supostos factos.

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