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Inspirado pelo Estado Islâmico. O que se sabe sobre o ataque em Nova Orleães

Ana Bela Ferreira 02 de janeiro de 2025 às 08:38

Pelo menos 15 pessoas morreram, atropeladas por uma pick-up, quando celebravam a entrada no novo ano. Veterano das forças armadas norte-americanas é o principal suspeito, que acabou morto pela polícia.

Quinze mortos e 35 feridos é para já o resultado de um atropelamento em massa na cidade de Nova Orleães, nos EUA. O ataqueaconteceu às primeiras horas de 2025, pelas 3h15 (horas locais, 9h15, em Portugal Continental), quando uma multidão festejava nas ruas a chegada do novo ano.

Geoff Burke/USA TODAY NETWORK via REUTERS

Ao volante da pick-up que atingiu as vítimas estava Shamsud-Din Jabbar, de 42 anos, identificado como veterano das forças armadas norte-americanas. Cidadão do Texas tinha já servido no Afeganistão, acabou morto pelas polícia, num tiroteio que se seguiu ao atropelamento.

Segundo o presidente dos EUA, Joe Biden, deu conta de que Jabbar publicou vídeos nas suas redes sociais horas antes. "O FBI reportou-me que, horas antes do ataque, ele publicou vídeos nas redes sociais onde dava a entender que se tinha inspirado no Estado Islâmico (ISIS), expressando desejo de matar."

A polícia não descarta para já a possibilidade de Jabbar ter tido cúmplices no ataque. Foram encontradas armas e o que aparentam ser explosivos dentro do carro usado, bem como dois potenciais dispositivos explosivos nas proximidades do local do atropelamento, indicou o FBI.

Além disso, estava presa ao carro uma bandeira do Estado Islâmico, o que está a levar as autoridades a considerar a possibilidade de uma ligação a organizações terroristas. "Não acreditamos que Jabbar fosse o único responsável. Estamos agressivamente a seguir todas as pistas, incluindo aquelas sobre os seus conhecidos", afirmou Alethea Duncan, a agente especial adjunta do FBI e responsável pela investigação, em conferência de imprensa.

Segundo a CNN internacional, que citou fontes ligadas à investigação, o suspeito gravou vídeos onde falava do desejo de se juntar ao ISIS e pensava matar a sua família, depois do divórcio.

Jabbar trabalhava na área do imobiliário em Houston. Num vídeo promocional, publicado há quatro anos, explicava que tinha nascido e sido criado em Beaumont, uma cidade a cerca de 130 km de Houston. Também referia que serviu 10 anos no exército como especialista em recursos humanos e informática.

Um porta-voz do exército explicou que o homem de 42 anos esteve no exército regular de março de 2007 a janeiro de 2015 e depois na Reserva do Exército de janeiro de 2015 a julho de 2020. Foi destacado para o Afeganistão de fevereiro de 2009 a janeiro de 2010 e tinha o posto de segundo-sargento no final do serviço.

Joe Biden condenou o ataque e indicou ainda que as autoridades estão a investigar possíveis ligações com a explosão de um Cybertruck (da Tesla) junto a um hotel do presidente eleito, Donald Trump, em Las Vegas. Até ao momento, não foi confirmada qualquer ligação entre os dois eventos.

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