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Guterres preocupado com troca de palavras entre EUA e Pyongyang

09 de agosto de 2017 às 19:22

O secretário-geral da ONU mostrou preocupação com a troca de palavras entre Trump e a Coreia do Norte, com promessas de retaliação por ambas as partes

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, está preocupado com "o aumento da retórica de confrontação" em torno da Coreia do Norte e apela à redução do clima de tensão, indicou hoje o seu porta-voz.

"O secretário-geral continua extremamente preocupado com a situação e está inquieto com o aumento da retórica de confrontação", declarou o porta-voz do secretário-geral da ONU, Stéphane Dujarric, no seu encontro diário com a comunicação social.

Dujarric respondeu desta forma quando questionado sobre a troca de ameaças protagonizada nas últimas horas pelos Estados Unidos e a Coreia do Norte.

Após o regime de Pyongyang ter declarado que estava a considerar um plano para atacar com mísseis as bases militares no território americano da ilha de Guam, no Pacífico, o Presidente norte-americano, Donald Trump, avisou na terça-feira a Coreia do Norte de que "era melhor não fazer mais ameaças aos Estados Unidos" e prometeu uma resposta com "fogo e fúria como o mundo nunca viu".

Hoje, numa nova mensagem na rede social de mensagensonline Twitter, Trump assegurou que o arsenal nuclear dos Estados Unidos "é o mais poderoso e forte de sempre", mas afirmou esperar que não seja necessária a utilização deste poder nuclear.

My first order as President was to renovate and modernize our nuclear arsenal. It is now far stronger and more powerful than ever before....

...Hopefully we will never have to use this power, but there will never be a time that we are not the most powerful nation in the world!


O contexto da crise com a Coreia do Norte ganhou contornos mais graves após a publicação, também na terça-feira, de novas informações que dão conta dos progressos militares norte-coreanos.

Um relatório classificado elaborado por peritos dos serviços de inteligência do Departamento de Defesa norte-americano, citado pelo jornalThe Washington Post,indicou que a Coreia do Norte terá conseguido diminuir suficientemente a dimensão de uma bomba nuclear de forma a conseguir incorporar o engenho num dos seus mísseis intercontinentais.

Tal capacidade será um avanço muito significativo para a Coreia do Norte, que se torna desta forma uma potência nuclear, destacou o diário norte-americano.

Até à data, o regime de Pyongyang testou vários engenhos nucleares e conseguiu realizar dois lançamentos de mísseis balísticos intercontinentais, capazes de atingir o território norte-americano. A capacidade dos norte-coreanos de colocarem uma bomba nuclear num desses engenhos era uma dúvida que ainda permanecia.

Na conferência de imprensa de hoje, o porta-voz de Guterres afirmou que o secretário-geral incentiva a todos os intervenientes a procurarem fórmulas para "a redução da tensão", destacando que a resolução sobre a Coreia do Norte, aprovada por unanimidade no fim de semana passado no Conselho de Segurança da ONU, oferece "um roteiro" para sair da actual crise.

A resolução, que reforça fortemente as sanções impostas à Coreia do Norte, representou um êxito para os Estados Unidos, que conseguiram convencer a China -- principal apoiante do regime liderado por Kim Jong-Un - e a Rússia a aumentar a pressão internacional sobre a Coreia do Norte, acusada de ser uma "ameaça global".

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