Secções
Entrar

FMI diz que Itália deve respeitar as regras da UE

11 de outubro de 2018 às 10:48

Lagarde considera que existe uma grande "uma distância" entre a "retórica do governo italiano e os números finais" do orçamento do país.

A directora do Fundo Monetário Internacional reiterou, esta quinta-feira, que a Itália deve respeitar as regras da UE em termos de disciplina fiscal, depois de o governo populista italiano ter reafirmado que vai manter as previsões orçamentais.

"Quando se pertence a um clube e se decide ficar lá, é preciso respeitar as regras do clube", avisou Christine Lagarde, à margem da assembleia anual do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, que decorre até domingo, em Bali, na Indonésia. Lagarde insistiu que existe uma grande "uma distância" entre a "retórica do governo italiano e os números finais" do orçamento do país.

Roma apontou para um crescimento de 1,5%, enquanto o gabinete parlamentar do orçamento (UPB) previu um crescimento entre 1,1% e 1,3%, e outras instituições, como o FMI, anteciparam uma expansão de 1%.

Na terça-feira à noite, o UPB, organismo cuja missão é verificar a conformidade dos objectivos orçamentais com os parâmetros fixados pela UE, rejeitou as previsões do projecto de lei das finanças para 2019, considerando-as demasiado optimistas.

Na quarta-feira, na comissão parlamentar de Finanças italiana, o ministro que tutela a área, Giovanni Tria, disse que as previsões do UPB têm como base dados "parciais e obsoletos" e confirmou os números do governo, que prevê um défice de 2,4% no próximo ano.

O aviso do UPB é mais "um estímulo para agir do que uma razão para baixarmos as ambições" italianas, acrescentou.

Os dois vice-primeiros-ministros, Matteo Salvini, líder da Liga (extrema-direita) e Luigi Di Maio, dirigente do Movimento Cinco Estrelas (anti-sistema), também voltaram a defender o projecto orçamental, que suscitou críticas da Comissão Europeia, do Banco de Itália e do Tribunal de Contas.

"A lei de finanças não vai mudar", repetiu Salvini. "Não vamos recuar porque é um orçamento que ajuda o país. Ponto", insistiu.

No meio da preocupação em torno do orçamento, os juros da dívida de Itália têm vindo a subir nos últimos dias. O Estado italiano colocou hoje seis mil milhões de euros em obrigações do Tesouro a uma taxa de 0,949%, a mais alta em cinco anos e muito acima do verificado na última emissão, em Setembro.

Nas próximas semanas, as agências de notação financeira Moody's e S&P devem pronunciar-se sobre a dívida de Itália.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela