Secções
Entrar

Exclusão da SIC em Angola em discussão

30 de junho de 2017 às 20:40

A Associação Angolana dos Direitos do Consumidor informou que as distribuidoras de televisão por subscrição decidiram abordar a exclusão dos canais do grupo português

A Associação Angolana dos Direitos do Consumidor (AADIC) informou hoje que as distribuidoras de televisão por subscrição Zap e DStv decidiram abordar em fórum extrajudicial a exclusão dos canais do grupo português SIC.

A informação foi transmitida à agência Lusa pelo vice-presidente da AADIC, Lourenço Texe, afirmando que as operadoras responderam formalmente às solicitações da associação e que o encontro ficou agendado para próxima semana.

De acordo com Lourenço Texe, a Zap enviou, na quinta-feira, uma resposta formal "que 'a priori' não satisfaz, por não corresponder àquilo que é o cumprimento estrito e rigoroso do que a lei determina nesses casos", daí o encontro na próxima semana para uma abordagem precisa.

Em relação a DStv, disse que a mesma respondeu "tardiamente" à solicitação da AADIC, nesta sexta-feira, contudo, reunir-nos-emos "todos à mesma mesa para tratarmos o assunto".

"O importante para nós é que já houve resposta por parte deles e pelo menos há demonstração de vontade, tanto de uma parte como da outra, e vamos ver os resultados depois desses encontros, que se resumem necessariamente na exigência da reposição do direito violado", disse.

Acrescentou que a preocupação essencial "é a violação do direito do consumidor que tem sido feita sistematicamente por determinadas entidades".

"No caso em concreto, essas operadoras de televisão, pretendemos exigir que o direito do consumidor seja reposto", explicou.

Lourenço Texe esclareceu ainda que na carta enviada à associação, a Zap justificou com "aspectos técnicos de telecomunicações, para a exclusão dos canais da SIC", argumento que considerou "irrelevante".

"O mais relevante para nós é, tendo sido quebrado aquilo que é o contrato de forma unilateral, obviamente, que deve haver alguma reparação por essa violação. É isto que está em causa para nós e estamos a nos apegar aos factos", sublinhou.

A Lusa noticiou na terça-feira que a Associação Angolana dos Direitos do Consumidor (AADIC) aguardava até hoje, por um pronunciamento das distribuidoras de televisão por subscrição Zap e DStv, pela exclusão dos canais do grupo português SIC, antes de avançar para tribunal.

Em Junho, a empresária Isabel dos Santos, que detém a distribuidora angolana de televisão por subscrição Zap, escreveu nas redes socais que "a SIC é muito cara" e que a exclusão dos canais daquele grupo português era uma decisão comercial.

Desde 05 de Junho, também a operadora de televisão por subscrição Multichoice, através da plataforma internacional DStv, deixou de transmitir os canais SIC Notícias e SIC Internacional África em Angola.

Esta decisão é semelhante à tomada anteriormente pela Zap, outra das duas operadoras generalistas em Angola, que em 14 de Março interrompeu a difusão dos canais SIC Internacional e SIC Notícias nos mercados de Angola e Moçambique, o que aconteceu depois de o canal português ter divulgado reportagens críticas ao regime de Luanda.

A operadora portuguesa NOS detém 30% da Zap, sendo o restante capital detido pela Sociedade de Investimentos e Participações, da empresária angolana Isabel dos Santos.

Os restantes canais do grupo português, SIC Mulher, SIC Radical, SIC Caras e SIC K, continuam a ser transmitidos normalmente em Angola.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela