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EUA e aliados discutem possível proibição de importação de petróleo e gás da Rússia

06 de março de 2022 às 15:35

A proibição das importações de petróleo privaria o Kremlin de uma importante fonte de receita, mas poderia prejudicar a economia mundial ao elevar os já altos preços da energia

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, revelou este domingo que Washington está a conversar com os seus aliados na Europa para proibir a importação de petróleo da Rússia como retaliação pela guerra na Ucrânia.

Blinken, que está na Moldova, explicou, em entrevista àCNN, que, no sábado, falou ao telefone sobre esse assunto com o Presidente dos EUA, Joe Biden, e com outros membros do Governo.

"Estamos agora a conversar com os nossos aliados europeus para analisar, de forma coordenada, a possibilidade de proibir a importação de petróleo russo e garantir que haja uma oferta suficiente de petróleo nos mercados globais", afirmou Blinken, acrescentando que "as conversações estão muito ativas".

A proibição das importações de petróleo privaria a presidência russa (Kremlin) de uma importante fonte de receita, mas poderia prejudicar a economia mundial ao elevar os já altos preços da energia, razão pela qual os governos ocidentais têm resistido a adotar tal medida.

No entanto, os congressistas dos Estados Unidos, quer democratas quer republicanos, têm pressionado Biden nos últimos dias para que Washington pare de comprar petróleo e seus derivados à Rússia, argumentando que a receita dessas importações é usada pelo Kremlin para financiar a guerra na Ucrânia.

No sábado, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, reuniu-se por videoconferência com 280 membros do Congresso norte-americano e pediu ajuda, apelando à proibição da importação de petróleo da Rússia, recebendo apoio de muitos dos legisladores.

Embora a sanção tenha vindo a ganhar apoio interno nos Estados Unidos, a União Europeia (UE) ainda não expressou a sua aprovação.

Também em entrevista dada hoje à CNN, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que está em Berlim, reiterou o seu desejo de que a Europa deixe de depender da Rússia, diversifique as suas fontes de energia e acelere o seu investimento em energias renováveis.

No entanto, Von der Leyen recusou-se a comentar qualquer conversa com Washington sobre possíveis sanções à importação de petróleo russo.

A UE depende da Rússia para o fornecimento de energia, já que importa daquele país 41% do gás natural e 27% do petróleo que consome, segundo dados de 2019 do Eurostat.

Ao contrário da União Europeia, os EUA têm capacidade para produzir o seu próprio gás e petróleo, embora continuem a importar energia de outros países porque o seu consumo interno é muito superior à produção.

Ainda assim, os Estados Unidos são muito menos dependentes da Rússia e importam apenas 7,9% do petróleo que consomem daquele país, segundo a Administração de Informações sobre Energia dos EUA.

A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que, segundo as autoridades de Kiev, já fez mais de 2.000 mortos entre a população civil.

Os ataques provocaram também a fuga de mais de 1,5 milhões de pessoas para os países vizinhos, de acordo com a ONU.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.


PMC // MSP

Lusa/Fim

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