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Economia da China continua a recuperar e cresce 4,9% no terceiro trimestre

19 de outubro de 2020 às 07:49

A país, onde a pandemia do novo coronavírus começou em dezembro passado, foi o primeiro a reabrir, em março, depois de o Partido Comunista ter declarado vitória no combate contra a doença.

A economia da China cresceu 4,9%, no terceiro trimestre deste ano, em relação ao mesmo período de 2019, à medida que o país asiático regressou à normalidade, depois de praticamente erradicar o novo coronavírus.

Os dados hoje anunciados pelo Gabinete Nacional de Estatísticas (GNE) do país estão em linha com as expectativas.

A China, onde a pandemia do novo coronavírus começou em dezembro passado, foi o primeiro país a tomar medidas de confinamento altamente restritivas, mas também o primeiro a reabrir, em março, depois de o Partido Comunista ter declarado vitória no combate contra a doença.

A produção nas fábricas aumentou, impulsionada pela procura global por máscaras, ventiladores e outro equipamento médico. As vendas no retalho, que tardavam em recuperar, finalmente voltaram aos níveis anteriores à pandemia.

A economia "manteve uma recuperação estável", destacou o GNE, num relatório. No entanto, alertou para um ambiente internacional "complexo e grave".

A mesma nota apontou que a China ainda está sob "grande pressão", para evitar o ressurgimento do vírus.

No primeiro trimestre do ano, o PIB (Produto Interno Bruto) da China contraiu 6,8%, o pior desempenho da economia chinesa desde 1970, depois de Pequim ter ordenado encerramento de fábricas e estabelecimentos comerciais. As autoridades isolaram cidades com um total de 60 milhões de pessoas e suspenderam viagens, após terem reconhecido a gravidade da epidemia, no final de janeiro.

As autoridades anularam gradualmente as restrições, apesar de medições de temperatura continuarem a ser frequentes à entrada de edifícios. Viajantes que chegam do exterior devem ser colocados em quarentena por duas semanas.

Na semana passada, mais de 10 milhões de pessoas foram testadas para o novo coronavírus, na cidade de Qingdao, depois de terem sido detetados 12 casos, pondo fim a quase dois meses sem infeções locais na China.

Entre julho e setembro, a produção industrial cresceu 5,8%, em relação ao mesmo trimestre do ano passado, informou o GNE, numa melhoria acentuada, face à contração de 1,3%, ocorrida no primeiro semestre do ano.

Os exportadores chineses beneficiaram da reabertura precoce da economia e da procura global por máscaras e outro equipamento médico, tendo conseguido conquistar quota de mercado a concorrentes estrangeiros que continuam a ser afetados pelas medidas de prevenção e controlo da doença.

As vendas a retalho subiram 0,9%, em relação ao ano anterior. Este valor foi muito superior a uma contração de 7,2%, nos dois primeiros trimestres do ano, já que os consumidores, preocupados com a desaceleração da economia e uma guerra comercial com Washington, adiaram compras importantes. Num sinal de que a procura está a acelerar, as vendas em setembro aumentaram 3,3%.

No total, a China registou 4.634 mortes pelo novo coronavírus e 85.685 casos confirmados.

Analistas do setor privado afirmaram que até 30% da força de trabalho urbana, ou até 130 milhões de pessoas, podem ter perdido o emprego, pelo menos temporariamente. Cerca de 25 milhões de empregos podem ter desaparecido para sempre este ano.

O Partido Comunista prometeu gastar 280 mil milhões de dólares (cerca de 246 mil milhões de euros) para estimular a economia, incluindo a criação de nove milhões de novos empregos, mas evitou juntar-se aos Estados Unidos, Japão e Europa no lançamento de pacotes de estímulo no valor de biliões de dólares, devido ao receio de aumentar o endividamento público.

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